sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

O mal, o remédio e a cura

Autor: Joel Marcos Figueiredo


Podemos estar enganados quando achamos que a origem de nossos males está em nosso organismo físico ou nas coisas externas. A causa das doenças morais e físicas estão mais no íntimo de cada um do que propriamente no corpo material. Este último é sem dúvida o local onde se manifestam as doenças que têm também origens psíquicas, emocionais ou espirituais.

Tornou-se uma prática comum os médicos receitarem tranqüilizantes para pessoas que estão com sintomas que aparentemente têm como causa anomalias num órgão digestivo, cardíaco etc. Sabem estes profissionais que se faz necessário atacar a causa. Porém, uma vez constatado o mal, lutam de todas as formas para equilibrar o paciente, principalmente medicando o ser para que ele não sofra tanto até que seja sanada a raiz da enfermidade.

Temos no Centro Espírita fatos semelhantes ao que ocorre no cotidiano das clínicas médicas. Referimo-nos às doenças de ordem espiritual, emocional e a busca à Casa Espírita para solucionar estes males. Ao chegarmos ali, queremos que nos tirem, num espaço curto de tempo, o mal que estamos vivenciando. Nada mais natural, para quem está sentindo na “pele” dramas terríveis. Ocorre que neste processo terá que haver a conscientização do ser para que haja uma melhora verdadeira.

A Casa Espírita orienta com base na Codificação Kardecista, tendo o dever de assistir o necessitado levando-lhe a orientação. O esclarecimento é primordial para nos mantermos equilibrados. No entanto, outros meios deverão ser usados para o auxílio dos enfermos ou simplesmente para ajudar aqueles que ali vão buscar um fortalecimento.

O Passe, por exemplo, sempre foi um poderoso complemento, pois é o remédio que ataca o efeito, aliviando-nos até que seja curada a raiz do mal. Ocorre porém, que alguns se enganam ao pensar que ele é a única solução. E outros erram em querer eliminá-lo por achar que ele nem sempre é necessário. Trata-se de um dever da Casa Espírita orientar o público, mostrando o que é esta energia, para que serve, e quais seus benefícios.

E o espírita, deve tomar Passe? Conhecendo a realidade humana, torna-se difícil dizer se este ou aquele não precisa receber um fortalecimento fluídico. Por mais que nos esforcemos, estamos longe de ter o equilíbrio desejado. Se o passe pode nos recompor, por que deixá-lo de lado? Qual o motivo? Medo da mistificação? Do ritualismo? De criarmos “Papa-passes”? Isso tudo não existirá se fizermos com responsabilidade.

O Passe é usado há milênios e mesmo na época de Jesus não era novidade. O Mestre fez uso desta prática levando auxílio e curando a muitos. Allan Kardec em diversos trechos de sua obra se refere à importância da transmissão desta energia.

Façamos uso do remédio que nos alivia, conscientes de que a cura virá a partir do momento que atacarmos a causa de nossos males: a ignorância espiritual.

(Fonte: Jornal Boa Nova – Edição: 17 – Março – Abril – 1998)

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