domingo, 31 de maio de 2009

Mitologia: Exú ou oxalá

A Mitologia dos Orixás: Exu e Oxalá

Assim, antigamente se contava uma história para revelar alguns atributos de Exu e ao mesmo tempo de Oxalá."Exu, sempre curioso e querendo saber de tudo, foi ver o que Oxalá (no conto original recebe o nome de Obatalá) estava fazendo em sua casa. Pela janela Exu observou que Oxalá moldava um barro, com formas e detalhes diferentes. Percebeu que Oxalá estava cumprindo a missão que Olorum (Deus) tinha lhe dado: criar o homem e a mulher. Maravilhado diante da perfeição e do carinho, Exu ficou a observar dia e noite aquele trabalho. Passou 16 anos observando o trabalho de Oxalá. E percebeu que sempre Oxalá era interrompido com presentes que outros seres lhe traziam. Oxalá chamou Exu e lhe pediu que ficasse na encruzilhada e que de lá não passasse ninguém, que ele, Exu, receberia os presentes e depois os entregaria a Oxalá. E assim foi Exu para sua tarefa. Na encruzilhada chega o primeiro e logo é advertido que somente ele, Exu, poderia passar dali, e ele levaria os presentes e os pedidos para Oxalá. No final de cada dia levava os presentes para Oxalá. Oxalá que viu a competência de Exu, o sossego para que seu trabalho rendesse, determinou: a partir daquele dia ninguém poderia fazer oferenda a ele, Oxalá, sem antes entregar para Exu. Assim Exu ficou sendo o rei da encruzilhada, e o mensageiro dos Orixás."

Desta lenda podemos verificar como os nossos ancestrais passavam de uma geração a outra a natureza de Exu. Ou seja, para se chegar até os Orixás precisamos de um mensageiro, alguém que possa levar nossos pedidos para os Orixás, e esse alguém seria Exu. Mostra também como ele é o senhor da encruzilhada. Mostra como Oxalá é o senhor da raça humana, por isso é o senhor da fé e da razão. Mostra como Exu é o guardião; 16 anos passaram-se e Exu não arredou o pé da porta de Oxalá, isto para que ele pudesse criar os seres humanos com as bençãos de Olorum, com proteção. E como em nossos ritos devemos saudar antes Exu, não pelo medo, mas sim por gratidão. Desvendar estas histórias e lendas nos faz admirar cada vez mais nossos ancestrais africanos, sua sabedoria e sua explicação milenar para nossos cultos atuais e revelar mistérios que hoje nos rondam.

sábado, 30 de maio de 2009

Os Celtas

Não formavam uma tribo única, e sim grupos bastante diferenciados. Os bretões ou kimrys ocuparam a Bretanha francesa e o País de Gales; os gálatas Asia Menor; os gauleses, grande parte do que hoje é a França. Os germânicos lhes fizeram uma guerra de extermínio: os boios, uma de sus tribos, que ocupavam o que é actualmente a Boêmia, lhe lhe deram seu nome, foram suprimidos pelos germânicos de maneira tão radical que os autores clássicos famaram do "desertum boiorum", o território osem população. Assim, não se pode falar de uma "raça celta" e sim diversos povos de diferentes origens que compartilhavam certas características. Alguns traços comuns de língua, instituições sociais e religiosas e, em geral, formas de vida, permitem considerar a idéia de um "povo celta".

Até o término do século 5 a.C., os celtas da Europa oriental ou cultura de "Halistatt", extraiam ferro para fabricação de armas e ferramentas, no tempo que se estendiam por todo o continente, chegando à França e passando à Peninsula Ibérica, como afirmam os primeiros historiadores gregos. Para muitos "La Tene" representa a primeira cultura que se pode chamar propriamente de celta. Os gregos distinguiam entre estes celtas orientais, aos quais chamaram Galatoi e os do oeste da Europa, denominados "Keltoi". Os romanos especificavam mais, e chamam "Galli" (gauleses) aos celtas de França; aos das Ilhas Britânicas, chamaram de duas formas: "Britanni" (britânicos) e "Belgue" (originários de Bélgica).

Compartilhavam uma cultura e costumes religiosos e sociais, tinham uma língua e tradições artísticas comuns. Estavam divididos em tribos aristocráticas governadas por chefes militares empenhados em continuas lutas internas. As enormes distâncias que separavam umas tribos das outras debilitaram a comunicação e favoreciam a desintegração. Ao final do século 3 a.C., a influência dos celtas na Europa estava em declive. Não transcorreu muito tempo antes que fossem ameaçados em várias frentes pelos germanos, dácios e romanos. Um século mais tarde, apenas uma parte do vasto território seguia sob seu controle. Somente a Galia e as Ilhas Britânicas conservavam sua independência e identidade.

No século 1 a.C., Galia foi invadida pelo imperador Júlio César e incorporada ao Império Romano. A Grã Bretanha foi rebatizada com o nome de Britania. Os celtas formavam uma sociedade militar governada por valentes reis e rainhas guerreiros. Além de magníficos guerreiros, os celtas foram excelentes camponeses. Basearam sua economia num amplo comércio a aprenderam de gregos e romanos como cunhar moedas.

Todo este tempo, a Irlanda celta, livre de qualquer intento invasor, tinha desfrutado de uma paz e independência quase absolutas. Como resultado deste clima de tranqüilidade, sua cultura, tradições e língua (que os lingüistas chamam "goidelic") e que em sua forma moderna se conhece como "gaélico", puderam sobreviver muito mais tempo que em qualquer outro lugar do mundo celta. Na verdade, a ordem social da Irlanda permaneceu virtualmente intacta até muito depois de a ilha se ter convertido oficialmente ao cristianismo. Por esta razão, a mitologia irlandesa tem conservado sua cultura melhor que qualquer outra mitologia celta.

Os Druidas

Os Druidas eram os sacerdotes e magos, mestres e juízes. Desde o início da história celta foram uma classe educada e respeitada por sua sabedoria e conhecedores de seus próprios poderes como intermediários entre as tribos e os deuses.

Estes homens eram conhecidos como druidas (palavra que originalmente deriva de um termo para "o conhecimento do cedro" ou "profundos conhecimentos").

Os druidas formavam uma classe privilegiada, isentos de impostos e serviço militar, isso atraía grande número de jovens, que buscavam iniciação na ordem, Houve três categorias desses sábios: os bardos, que imortalizavam a história e as tradições da tribo; os auguristas, que faziam os sacrifícios e adivinhavam o futuro; e os druidas propriamente ditos, que conheciam as leis e a filosofia, conservavam a antiga sabedoria celta.

Os bardos adquiriam seu conhecimento pela tradição oral e reconstruindo as genealogias de seu povo, compunham versos para seus chefes e outros aristocratas. As escolas bárdicas, onde se ensinavam essas artes, floresceram na Irlanda ao final do século 7.

As atividades jurídicas dos druidas eram de vital importância na sociedade celta. Todos com jurisdição própria, intermediavam disputas individuais, homicídios e pleitos sobre limites territoriais e heranças. Suas decisões eram indiscutíveis.

Os druidas eram filósofos da sociedade. Eles estudavam os movimentos dos grandes corpos, a astronomia, o tamanho do universo e da terra, os poderes e as habilidades dos deuses. Outro aspecto importante era seu estudo sobre a vida depois da morte. Eles pensavam que a alma não perecia, porém depois da morte, passava de um corpo a outro. Isto influiu em sua grande valentia na hora do combate.

Em todos os lugares do mundo celta, a sabedoria. a literatura e a religião estavam em mãos de um sistema altamente organizado que descansava em três principais classes: os druidas, os bardos e, entre estas duas, uma terceira ordem de adivinhos, conhecidos como "vates" na Galia e "filidhs" na tradição irlandesa. O posto mais alto era ocupado pelos druidas, considerados semidivinos. Eles dirigiam o sistema educacional, faziam cumprir as decisões legais e oficiavam as cerimônias religiosas.

Os celtas foram um povo profundamente religioso, e adoravam uma numerosa coorte de deuses e deusas. Seus rituais religiosos tinham papel primordial na consolidação do poder dos druidas e na manutenção da hierarquia social entre os diferentes chefes e tribos. Os "vates" desempenhavam muitas das funções dos druidas e, em alguns aspectos, constituíam uma subordem dentro do primeiro escalão hierárquico. A literatura era competência dos bardos, ao que parece, tão respeitados quanto os próprios druidas.

A maior parte das historias dos bardos se perdeu pela simples razão que não de preocupavam em escrevê-las. Confiavam na memória da tradição oral.

As crenças primitivas

Como a maioria dos outros povos, os celtas primitivos eram animistas, dedicavam sua adoração aos espíritos da natureza, do mar, dos rios, montanhas, etc. A adoração desses espíritos prevaleceu ainda muito tempo depois de haver se desenvolvido culto de divindades pessoais e, de uma forma ou de outra, continuou em cena, mesmo depois do advento do cristianismo.

Na Irlanda, certas árvores, como carvalho e o fresno, eram considerados com reverência, em especial alguns que cresciam junto aos poços sagrados e cujo corte era proibido. Uma certa árvore é descrita como um «deus firme e forte», e a destruição por uma tribo hostil era vista com terror.

As árvores encarnavam o espírito da vegetação e acabaram sendo honradas como deidades. Se uma árvore crescia sobre uma tumba, acreditava-se representar o espírito do morto. Toda árvore que crescia junto a um poço sagrado, era sagrada também. As águas - rios, lagos e poços— eram sagradas e tinham carácter divino ou serviam de morada a uma divindade. Muitos rios eram consideravam sagrados por constituir a morada de um espírito ou deusa e, ainda que não tão frequentemente, de um deus. Nem todos os espíritos das águas eram benéficos. A natureza, às vezes era favorável, outras, hostil.

Na Irlanda se prestava juramento em nome de diversos entes da natureza, entre eles a lua, e tais fenómenos naturais sofriam se tal juramento não fosse cumprido. As actividades agrícolas começavam com a lua minguante para estimular o crescimento das colheitas. Em algumas regiões foram encontradas provas de que se celebravam festejos durante a lua nova.

A adoração aos animais, que mais tarde originou divindades com formas e atributos animais, é universal e também é vista entre os celtas. O javali aparece em muitas insígnias e sua imagem é vista em moedas. O urso era também uma besta sagrada, e seu nome de arlos surge com frequência em denominações de lugares como Arto-dunum ou Artobranos. Também se adorou o cavalo, que aparece como símbolo em muitas moedas. Adorava-se também a serpente, como em muitas outras partes do mundo. A serpente estava relacionada com o mundo inferior e, às vezes, era representada junto a um deus chifrudo, que poderia ser Cernunnos, a divindade do mundo inferior. O carneiro estava relacionado com a adoração dos mortos, e com frequência se encontram estatuetas suas nas tumbas da Galia.

sexta-feira, 29 de maio de 2009

As influências indígenas

Sua importância é marcada pelo culto aos espíritos dos Caboclos, presentes na maioria das casas. Embora sendo muitos espíritos que trabalham nas falanges de caboclos na sua última existência na terra, não foram índios, emalguns casos, no início de sua existência na terra podem ter passado como índios. Com isso trazem na essência espiritual suas hierarquias, suas curas, seus cultos, suas crenças, trazendo grandes influências paraa religião Umbandista. Assim populariza-se a crença de que a mística dos caboclos, deriva de um antigo culto ao DEUS Tupã, conhecido como a suprema de todos os índios brasileiros. A mística umbandista do índio como o caboclo é um dos pilares da religião. Todavia não temos notícias de que líderes indígenas de renome tenham se pronunciado a respeito dessa relação entre a questãoindígena e a umbanda. Viajantes e estudiosos que visitaram o Brasil colonial escreveram que as tradicionais religiões indígenas, se valiam em procedimentos mágicos para influírem na vida das pessoas e no mundo físico, através de plantas e animais. Criaram rituais fúnebres para agradar os mortos, evitando que viessem perturbar a comunidade, bebidas e fumos especiais eramempregados para expandir a consciência. Seu mundo místico era um universo em que espíritos de humanos, animais e divindades coexistiam em harmonia dinâmica. Curas físicas e espirituais eram processadas em rituais encantatórios com o uso de remédios da flora medicinal. A pajelança, como hoje conhecemos esses rituais, é uma medicina indígena praticada pelo sacerdote, através da utilização deervas e fumos. No aspecto litúrgico, observa-se de fato uma forte relação com a umbanda praticada nas regiões Norte e Nordeste, onde são comuns, em sessões de curas, procedimentos como: Chupão, Benzeduras, Beberagens, as Garrafadas, entre outros. Nesses rituais as entidades espirituais são genericamente chamadas “CARUANAS” e recebem nomes como: Jatuzinho, Ariranha,Índio Carumbé, Boto Branco, Jacarezinho, Mãe d'água, Mestre Irará.

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Ciência dos Druídas

" O HOMEM É MODESTO NAS PALAVRAS E EXCEPCIONAL NOS ATOS ". CONFÚCIO

Embora os Druidas somente neste milénio haja se apresentado publicamente, contudo a actuação deles é muitíssimo mais antigo do que se pensa. Antes de a Atlântida ser tragada pelo oceano muito das pessoas que lá viviam migraram, e que uma das correntes migratórias foi habitar no oeste da Europa. Com certeza os desse grupo foram os Druidas, mas que por milénios viveram sem desenvolverem uma civilização, mesmo assim conservando a ciência trazida do Continente submerso.

Os Druidas tinham grandes conhecimentos astronómicos como se pode ver pelos círculos de pedra. Aquelas construções tinham dupla finalidade, a de servir como centros de força telúricas e siderais para a realização dos rituais e, ao mesmo tempo, também, funcionavam como observatórios, especialmente dedicados à marcação das efemérides anuais, ou seja, eram calendários por meio do qual o povo pudesse evidenciar a posição do Sol e de algumas estrelas em relação com determinados monumentos e assim pudesse saber das datas festivas, do início dos períodos próprios para início do plantio, etc. Contudo, este se constituía um uso secundário e popular, pois na realidade aquelas construções diziam respeito à utilização das forças telúricas e siderais, e em especial aquelas forças ligadas as ciências dos cristais, trazidas para a Europa pelos emigrantes da Atlântida.


Os Druidas foram considerados magos, feiticeiros, especialmente em decorrência dos conhecimentos que eles tinham de medicina, do uso das plantas medicinais, do controle do clima, etc. Eram capaz de provocar manifestações telúricas e siderais, provocar ou fazer cessar chuvas, isto, é, controlar o ritmo das chuvas, de desviar furacões e ciclones, controlar as marés, atenuar os tremores de terra e as erupções vulcânicas, alem de outros fenómenos climatológicos. Isto eles dominavam bem e procediam em parte com o uso de cristais e em parte pela acção da mente, evidentemente com um poder muito ampliado graças aos rituais procedidos em lugares de força, como Stonehenge e outros círculos de pedra.


Evidentemente, os Druidas preocupavam-se mais com o lado pratico da vida, com a fertilidade dos campos e com o desenvolvimento espiritual do que propriamente com o desenvolvimento técnico.


Teologicamente o druidismo é bastante similar à Wicca; desde que visava essencialmente uma forma de relação com a Mãe Natureza, incentivando a dignidade, a liberdade, e a responsabilidade da humanidade, e coisas assim. Os Druidas celebram suas cerimónias principais nas mesmas datas em que os celtas efectivavam seus festivais. Contudo os rituais são diferentes em muitos detalhes, mas visam o mesmo objectivo que muitos outros rituais classificados pelas Igrejas Cristãs derivadas do Ortodoxismo, como ritos pagãos. Na realidade visavam estabelecer um elo de ligação sagrado entre o homem e a natureza, criar um espaço sagrado, visando à invocação da Deidade, celebrando cerimónia não em templos, mas em contacto directo com a natureza, criando e intensificando assim um elo entre a Deusa Mãe e a comunidade.


Apesar de ter um contacto muito forte com a Mãe natureza, os druidas acreditam em Deus como força criadora, ou seja, não existe a mesma dualidade que existe na wicca.


A ciência dos Druidas encerrava muitos mistérios e durante séculos tem se comentado a respeito de Avalon, uma maravilhosa "ilha encantada", lugar de grandes mistérios.


Não se pode dizer que Stonehenge, Glastonbury e outros sítios megalíticos hajam sido construídos pelos Druidas deste milênio, eles apenas usaram o que os seus antepassados construíram. A datação pelo carbono-14 mostra que aquelas construções são anteriores à fase clássica do Druidismo. Isto é verdade, pois foram construídos logo depois da chegada dos atlantes àquelas plagas. Na realidade foram construídos, e ainda existem centenas de círculos de pedra especialmente na Bretanha e na Escócia.


Embora os Celtas e Druidas não fizessem uso intenso da linguagem escrita, especialmente para transmitir seus conhecimentos, mesmo assim eles tinham uma escrita expressa sob a forma de um alfabeto conhecido por alfabeto rúnico. As runas são símbolos gráficos com os quais podem ser gravados sons, palavras, mas o principal uso dos desenhos, as runas, é de natureza mágico. Bem mais que o alfabeto hebraico as runas são símbolos evocativos de poderes e representam para o druidismo o que o alfabeto hebraico representa para a Cabala.


As runas têm o poder de canalizar as forças mentais, de projectar a mente da pessoa a um nível ampliado de consciência e daí a captação de conhecimentos ocultos, de conhecimentos velados, de situações afastadas no espaço e no tempo.


As propriedades mágicas das runas eram usadas pelos Celtas e Druidas como forma de saber o passado e o futuro. Essa arte ainda hoje é muito praticada, mas tenhamos em mente que a quase totalidade daqueles que se anunciam como adivinhos rúnicos na verdade são enganadores, que vivem comercializando uma arte sagrada. Trata-se de um sistema milenar cujos conhecimentos são secretos, cujo domínio é reservado somente aos iniciados.


Na Inglaterra e países nórdicos existem diversas organizações druídicas sérias, mas somente uma delas é devidamente credenciada para conferir graus iniciáticos.


ARQUEOASTRONOMIA


Uma série de construções megalíticas encontradas na Europa testemunham que os nossos antepassados tinham algum conhecimento de fenómenos astronómicos. Pesquisas iniciadas em 1890, nos monumentos egípcios e nas edificações megalíticas em Inglaterra, têm revelado que os habitantes (mesmo pré-históricos) de algumas regiões possuíam um notável conhecimento de alguns fenómenos astronómicos.


Aquilo que hoje se chama arqueoastronomia, irradiou a partir de França e Inglaterra, com a descoberta de monumentos antigos ou simples locais de cultos em que havia alinhamentos com orientações de natureza astronómica, indicando alguns, provavelmente, a posição de certos astros brilhantes na esfera celeste, bem como as posições do nascimento e o caso do Sol e da Lua em ocasiões específicas, particularmente nos equinócios e nos solstícios.


No continente europeu, as construções megalíticas mais divulgadas são as de Stonehenge (Inglaterra), local em que por volta do ano 3000 a.C., terá sido criado o primeiro local de culto, o qual foi desenvolvido nos cerca de 1500 anos posteriores.


Em Portugal, o maior megalítico até agora conhecido situa-se na herdade dos Almendres e é o mais importante elemento do notável conjunto de construções megalíticas da região de Évora. Admitindo-se que a sua edificação ocorreu na transição do século IV para o século III a.C., o que coincide com uma das fases de evolução de Stonehenge, é razoável aceitar que os respectivos povos tivessem alguma relação, pelo menos cultural. (Máximo Ferreira, in revista Super Interessante. Adaptado).

OS DRUÍDAS


"QUANDO ESTUDAMOS SOBRE OS DRUÍDAS, TEMOS DE ESQUECER NOSSA RAZÃO E EMBARCAR NUM MUNDO DIFERENTE, MÁGICO, FANTÁSTICO, DE UM POVO INCRÍVEL E MISTERIOSO".

Quem eram os druidas? – O que melhor se pode dizer é que os druidas foram membros de uma elevada estirpe de Celtas que ocupavam o lugar de juizes, doutores, sacerdotes, adivinhos, magos, médicos, astrónomos, etc., mas que evidentemente não constituíam um grupo étnico dentro do mundo Celta. Eram grandes conhecedores da ciência dos cristais, radiestesia, plantas, etc.


As mulheres célticas gozavam de mais liberdades e direitos do que as de outras culturas contemporâneas, incluindo-se, até mesmo, o direito de participarem de batalhas, e de solicitarem divórcio. Neste contexto havia mulheres druidas. Na cultura druídica, portanto, a mulher tinha um papel preponderante, pois era visa como a imagem da Deusa.


No contexto religioso os druidas eram sacerdotes e sacerdotisas dedicados ao aspecto feminino da divindade, a Deusa Mãe. Embora cultuassem a Deusa Mãe mesmo assim admitiam que todos os aspectos expressos a respeito da Divindade eram ainda percepções imperfeitas do Divino. Assim, todos os deuses e deusas do mundo nada mais eram do que aspectos de um só Ser Supremo - qualquer que fosse a sua denominação visto sob a óptica humana.


A palavra druida é de origem céltica, e segundo o historiador romano Plínio - o velho, ela está relacionada com o carvalho, que na realidade era uma árvore sagrada para eles.


Desde que o povo celta não usava a escrita para transmitir seus conhecimentos, após o domínio do cristianismo perdeu-se muito das informações históricas daquela maravilhosa civilização e especialmente das que a precederam deste o fim da Atlântida, excepto aquilo que permaneceu zelosamente guardado nos registros de algumas Ordens Iniciáticas, especialmente a Ordem Céltica e a Ordem Druídica. Por isto muito da história dos Druidas até hoje é um mistério para os historiadores oficiais; sabem que realmente que existiu entre o povo Celta, mas que não nasceram nesta civilização. Sendo assim impõe-se a indagação: de onde vieram os Druidas? Seriam Deuses? Ou Bruxos? O pouco que popularmente é dito a respeito dos druidas tem como base diversas lendas, como a do Rei Arthur, onde Merlin era um druida.

Diversos estudiosos tem argumentado que os Druidas originariamente pertenceram à pré-céltica (não Ariana) população da Bretanha e da Escócia.


Desde o domínio romano, instigado pelo catolicismo, a cultura druídica foi alvo de severa e injusta repressão, que fez com que fossem apagados quaisquer tipos de informação a respeito dela embora que na historia de Roma conste que Júlio César reconhecia a coragem que os druidas tinham em enfrentar a morte em defesa de seus princípios.


Os Druidas dominavam quase todas as áreas do conhecimento humano, cultivaram a musica, a poesia, tinham notáveis conhecimentos de medicina natural, de fitoterapia, de agricultura e astronomia, e possuíam um avançado sistema filosófico muito semelhante ao dos neoplatônicos. O povo celta tinha uma tradição eminentemente oral, não faziam uso da escrita para transmitir seus conhecimentos fundamentais, embora possuíssem uma forma de escrita mágica conhecida pelo nome de escrita rúnica. Mesmo não usando a escrita para gravar seus conhecimentos eles possuíram suficiente sabedoria a ponto de influenciarem outros povos e assim marcar profundamente a literatura da época, criando uma espécie de aura de mistério e misticismo.


A Igreja Católica, inspirada pela Conjura, demonstrou grande ódio aos Druidas que, tal qual outras culturas, foram consideradas pagãs, bruxos terríveis, magos negros que faziam sacrifícios humanos e outras coisas cruéis. Na realidade nada disso corresponde à verdade, pois quando os primeiros cristãos chegaram naquela região foram muito bem recebidos, até porque a tradição céltica conta que José de Arimatéia discípulo de Jesus viveu entre eles e levado até lá o Santo Graal (Taça usada por Jesus na Última Ceia).


Em torno disto existem muitos relatos, contos, lendas e mitos, especialmente ligados à Corte do Rei Arthur e a Távola Redonda. São inúmeros os contos, entre eles, aqueles relativos à Corte do Rei Arthur, onde vivera Merlin, o mago, e a meia-irmã de Arthur, Morgana, que eram Druidas.


A religião druídica na realidade era uma expressão mais mística da religião céltica. Esta era mais mágica, por isso mais popular, com formas de rituais mais rústicos, e muito mais ligado à natureza ambiental, à terra que era tratada com carinho bem especial. A mais popular das expressões religiosas dos celtas constituiu-se a Wicca, que o Catolicismo fez empenho em descrever como um conjunto de rituais satânicos.


São frequentemente os festivais célticos. Para eles o ano era dividido em quatro períodos de três meses em cujo início de cada um havia um grande festival.


Eram eles:


Imbolc - celebrado em 1 de fevereiro e era associado à deusa Brigit, a Mãe-Deusa protectora da mulher e do nascimento das crianças;


Beltane - celebrada em 1 de maio. (também chamado de Beltine, Beltain, Beal-tine, Beltan, Bel-tien e Beltein) Significa "brilho do fogo". Este festival, muito bonito, era marcado por milhares de fogueiras;


Lughnasadh - (também conhecido como Lammas), dedicado ao Deus lugh, celebrado em 1 de agosto;


Samhain - a mais importante das quatro festas, celebrada em 1 de novembro. Hoje associada com o Hallows Day, celebrado na noite anterior ao Hallowen.


Basicamente a doutrina céltica enfatizava a terra e a deusa mãe enquanto que os Druidas mencionavam diversos deuses ligados às formas de expressão da natureza; eles enfatizavam igualmente o mar e o céu e acreditavam na imortalidade da alma, que chegava ao aperfeiçoamento através das reencarnações. Eles admitiam como certa a lei de causa e efeito, diziam que o homem era livre para fazer tudo aquilo que quisesse fazer, mas que com certeza cada um era responsável pelo próprio destino, de acordo com os actos que livremente praticasse. Toda a acção era livre, mas traria sempre uma consequência, boa ou má, segundo as obras praticadas. Mesmo sendo livre, o homem também respondia socialmente pelos seus actos, pois para isto existia pena de morte aplicada aos criminosos perversos. A Igreja Católica acusava os Celtas e Druidas de bárbaros por sacrificarem os criminosos de forma sangrenta, esquecendo que ela também matava queimando as pessoas vivas sem que elas houvessem cometido crimes, apenas por questão de fé ou por praticarem rituais diferentes… pura ironia!


A crença céltica e druídica diziam que o homem teria a ajuda dos espíritos protectores e sua libertação dos ciclos reencarnatórios seria mais rápida assim. Cada pessoa tinha a responsabilidade de passar seus conhecimentos adiante, para as pessoas que estivessem igualmente aptas a entenderem a lei de causa e efeito, também conhecida actualmente como lei do carma.


Não admitiam que a Divindade pudesse ser cultuada dentro de templos constituídos por mãos humanas, assim, faziam dos campos e das florestas, principalmente onde houvesse antigos carvalhos, os locais de suas cerimónias.


Em vez de templos fechados eles reuniam-se nos círculos de pedra, como se vêem nas ruínas de Stonehenge Avebury, Silbury Hill e outros.


Enquanto em alguns dos festivais célticos os participantes o faziam sem vestes os Druidas, por sua vez, usavam túnicas brancas. Sempre formavam os círculos mágicos visando a canalização de força.


Por não usarem roupas em alguns festivais e por desenvolverem ritos ligados à fecundidade da natureza, por ignorância, por má fé ou mesmo por crueldade dos padres da Igreja, Celtas foram terrivelmente acusados de praticarem rituais libidinosos, quando não realidade tratava-se de ritos sagrados.


DRUIDAS


Os Druidas formavam uma classe social do povo celta, herdeira e guardiã das tradições religiosas. Eram respeitados por seus conhecimentos de astronomia, direito e medicina, por seus dons proféticos, e como com juízes e líderes. Acreditavam na imortalidade da alma, na perfectibilidade indefinida da alma humana, numa série de existências sucessivas. Sua instituição, o druidismo foi um poderoso factor de unidade do mundo celta e, por isso, combatida pelos romanos durante as conquistas.


A filosofia dos druidas ou as leis das almas (lei das Tríades), reconstituída em sua imponente grandeza, patenteou-se conforme as aspirações das novas escolas espiritualistas. Como os actuais espíritas, os druidas sustentavam a infinidade da vida, as existências progressivas da alma, a pluralidade dos mundos habitados.


Destas doutrinas viris, do sentimento da imortalidade que delas dimana, é que o povo celta tirava o espírito de liberdade, de igualdade social e heroísmo em presença da morte. Essa luz intensa que inundou a terra das Gálias foi apagada há mais de vinte séculos atrás pela força romana, expulsando os druidas, abriu praça a padres cristãos. Depois, vieram os Bárbaros e fez-se a noite sobre o pensamento, a noite da Idade Média, longa de dez séculos, tão carregada que parecia impossível conseguissem virá-la os raios da verdade. Na Idade Média, Joana D'Arc que já vivera, nos tempos idos, como celta, trousse em si a intuição directa das coisas da alma, que reclama uma revelação pessoal e não aceita a fé imposta; são faculdades de vidente, peculiares a raça céltica.


Só pelo uso metódico dessas faculdades se pode explicar o conhecimento aprofundado que os druidas tinham do mundo invisível e de suas leis. A festa de 2 de Novembro, a comemoração dos mortos, é de fundação gálica. A data 31 de Outubro era considerado como último dia do ano e acreditavam que os mortos vinham visitá-los. Para confundi-los, vestiam-se de fantasias e essa é a origem de Halloween. Os gauleses praticavam a evocação dos defuntos nos recintos de pedra. As druidisas e os bardos obtinham os oráculos.


A História nos ministra exemplo desses fatos. Refere que Vercingétorix se entretinha, à sombra da rama dos bosques, com as almas dos heróis, mortos pela pátria. Como Joana, outra personificação da Gália, o jovem chefe ouvia vozes misteriosas. Um episódio de sua vida prova que os gauleses evocavam os Espíritos nas circunstâncias graves. A pequena distância da costa sinistra, em meio de parcéis que a espuma dos escarcéus assinala, emerge uma ilha, outrora recamada de bosques de carvalho, sob cujas frondes se erguiam altares de pedra bruta. É Sein, antiga morada das druidisas; Sein, santuário do mistério, que os pés do homem jamais conspurcavam. Todavia, antes de levantar a Gália contra César e de, num supremo esforço, tentar libertar a pátria do jugo estrangeiro, Vercingétorix foi ter à ilha, munido de um salvo conduto do chefe dos druidas. Lá, por entre o fuzilar dos relâmpagos, diz a legenda, apareceu-lhe o génio da Gália e lhe predisse a derrota e o martírio.


Certos fatos da vida do grande chefe gaulês não se explicam senão mediante inspirações ocultas. Por exemplo, sua rendição a César, próximo de Alésia. Qualquer outro Celta teria preferido matar-se, a se submeter ao vencedor e a servir-lhe de troféu no triunfo. Vercingétorix aceita a humilhação, a fim de reparar pesadas faltas, que cometera em vidas antecedentes e que lhe foram reveladas.


Enfim, após lenta e dolorosa gestação, a fé dos antigos, rejuvenescida e reconduzida, renasce em novos moldes, através do Allan Kardec, inspirado pelos Espíritos superiores, restaurou, dilatando-lhes o plano, as crenças dos antepassados. É verdadeiramente o espírito religioso da Gália que revive nesse chefe de escola. Nele, tudo lembra o druida: o nome que adoptou, absolutamente céltico, o monumento que, por sua vontade, lhe cobre os despojos materiais, sua vida austera, seu carácter grave, mediativo, sua obra inteira. Allan Kardec, preparado em existências precedentes para a grande missão, não é senão a reencarnação de um Celta eminente. Ele próprio o afirma na seguinte mensagem obtida em 1909: "Fui sacerdote, director das sacerdotisas da ilha de Sein e vivi nas costas do mar furioso, na ponta extrema do que chamais a Bretanha.".


Os druidas, possuidores de poderes místicos, hoje conhecido como mediunidade, estudavam durante 20 anos todos os conhecimentos mais adiantados da época e eram espíritos eminentemente elevados para o tempo onde maioria eram bárbaros. Com isso, pode até arriscar a opinar que muito dos Espíritos elevados de hoje, tenham estagiado como druidas ou em alguma outra comunidade de característica semelhante.


O PAPEL DOS DRUÍDAS

" O MESTRE SABE COMO EXERCER PROFUNDA INFLUÊNCIA SEM FORÇAR PARA QUE AS COISAS ACONTEÇAM "

TAO TE KING – VERSO 58

O Druidismo no período céltico, de uma certa maneira, pode ser considerado uma casta dedicada às ciências antigas concomitantemente também uma forma, por assim dizer, mais refinada de uma religião básica; não que houvesse discrepâncias entre as formas seguidas pelo povo em geral, a Wicca, e pelos Druidas. De uma certa forma podemos dizer que a Wicca representava o lado exotérico; enquanto que o Druidismo, o lado esotérico.


A Wicca era de uso comum, todos dela participavam, muitas pessoas a praticavam a modos próprios e, assim sendo, havia muitas variações não só no que dizem respeito aos rituais, mas também quanto às finalidades. Os rituais tinham por objectivo a canalização de forças da natureza, mas, como diz a expressão rosa-cruz "a lei sempre cumpre", então o resultado deles podia ser de natureza negativa ou positiva. Sendo forças elas direccionadas visando os mais diversos fins, quer estes fossem negativos ou positivos, isto dependia do tipo de ritual e das intenções das pessoas que deles participavam.


Pelo que dissemos, é fácil se entender o porquê dos padres da Igreja Católica terem tido material suficiente para acusarem religião céltica de pagãs e para colocar os sacerdotes celtas, especialmente as sacerdotisas, nos bancos de réu da inquisição e cujos veredictos sempre eram a condenação à morte na fogueira. Mas temos que entender, se houveram desmandos nem por isto honestamente podia-se dizer que a base da Wicca era negativa por ser ela também praticada de uma forma negativa. Isto não queria dizer que ela fosse essencialmente negativa. Tudo tem duas faces, há sempre o lado oposto das coisas; portanto condenar sistematicamente a Wicca é o mesmo que se condenar o catolicismo por existir o oposto da missa praticado pelos satanistas e denominado de missa negra; assim como não se pode condenar o espiritismo por existirem invocações satânicas em determinados ritos. Isto tudo é uma decorrência da duplicidade, da polaridade das coisas. Quanto mais liberal, quanto menos controle centralizado existir sobre uma religião, tanto mais subdivisões ela terá. Vão se formando múltiplas seitas com os mais diferentes objectivos, muitas vezes diferindo uma das outras apenas por uma singela interpretação de um versículo bíblico. Isto podemos ver na actualidade no que diz respeito ao Protestantismo cujo número de cultos e denominações específicas perfaz um elevado número. O mesmo acontece com relação ao Espiritismo, todo dia surgem seitas espíritas diferentes. Enquanto isso, o mesmo não acontece com tanto facilidade no Catolicismo, ele quase não se divide, exactamente por existir uma centralização em Roma, por haver um controle central sobre as actividades pastorais, sobre as divulgações em matéria de fé, e sobre a liturgia.


Como na civilização Céltica não havia qualquer tipo de um controle central, consequentemente a Wicca era praticada livremente, não existia uma direcção centralizada, uma administração controladora; podendo cada pessoa praticá-la a seu próprio modo, segundo sua maneira pessoal e esta nem sempre tinha um objectivo positivo.


Os celtas conheciam bem os princípios ligados não apenas à energia sutil, mas também à energia dos cristais, às correntes de energia telúricas e a outras formas de energia. Assim sendo os rituais da Wicca revestiam-se de manifestações de grandes poderes daí haver uma ambiguidade perigosa nos ritos praticados, pois a energia é a mesma quer seja direccionada negativa, quer positivamente como é o certo.


Na verdade na religião céltica, na Wicca, havia iniciações, contudo não implicava que ela fosse praticada por qualquer uma pessoa independentemente de ser, ou de não ser ela, uma iniciada.


Enquanto a religião popular, a Wicca, apresentava-se descentralizada e praticada independentemente por inúmeros grupos, dava-se exactamente o inverso no Druidismo. Este sistema era rigidamente baseado em iniciações rigorosas, havia princípios rígidos a serem cumpridos, e o conhecimento dos métodos de actuação sobre a natureza eram de uso exclusivo dos sacerdotes, sacerdotisas e iniciados.


Os conhecimentos dos Druidas sobre as ciências antigas iam muitos além daquilo que o celtismo praticava. Na realidade grande parte daquilo que foi levado da Atlântica para a Europa ficou restrito a ensinamentos transmitido de boca a ouvido e assim mesmo transmitido apenas às pessoas devidamente preparadas. Havia um domínio sobre a ciência antiga exercida por iniciados de grande responsabilidade. Um rígido sistema iniciático fez com que os maiores ensinamentos oriundos da Atlântida permanecessem velados. Contudo, com o transcorrer dos séculos, alguns conhecimentos foram escapando e sobre isto foi se construído uma forma popular de religião, que mais tarde transformar-se-ia na Wicca.


Durante milénios os conhecimentos da Atlântida ficaram a disposição apenas de grupos de iniciados que, já numa fase bem recente, vieram a se unificar sob o nome de Druidas. Estes, portanto, foram os guardiões dos conhecimentos arcanos deixados pelos atlantes milénios antes.


Boa parte dos conhecimentos dos atlantes, mesmo que hajam sido guardados por grupos responsáveis, alguns acabaram escapando do controle e tornando-se do conhecimento de pessoas comuns, originando-se desta forma algumas seitas célticas, e entre esta a Wicca.


O sistema iniciático que predominou nos descendentes europeus dos atlantes fez com que os maiores ensinamentos permanecessem velados e praticados neste milénio pelos Druidas. Somente como advento do catolicismo romano foi que o druidismo aparentemente desapareceu, pois na verdade ele sobreviveu e continuou actuante a nível secreto, apenas oculto dos olhos dos profanos, sobre a égide de algumas poucas ordens secretas autênticas druídicas. Um número bem reduzido delas permaneceu actuante até nossos dias e que, por certo, com o advento da Nova Era, se unirão numa única. Parte dos conhecimentos druídicos foram guardados especialmente por serem de grande significação nesta fase que está entrando a humanidade.


Também estão se apresentando publicamente ramos da Wicca e podemos dizer que não serão apenas as que reflectem o lado positivo, mas não há pelo que se temer desde que actualmente existe aquele "filtro espiritual" ligado à reencarnação no Terceiro Milénio, de que falamos em temas anteriores, o que não permitirá que se exacerbem tantos sentimentos negativos quanto os que o fizeram na Era de Peixes..


Os ensinamentos druídicos eram bem refinados, seus rituais também eram praticados em lugares de força, nos círculos de pedra, e conduzidos com grande solenidade. Poucos têm ciência do imenso cabedal de conhecimentos que os druidas detinham e que estão voltando em decorrência dos benefícios, quer materiais quer espirituais, que virão beneficiar a humanidade da Nova Era.


Mesmo que agindo ocultamente o Druidismo nunca foi totalmente eliminado. Ele permaneceu por todos esses séculos actuando discretamente como a Sagrada Ordem Druídica. Como Ordem Iniciática ela vem exercendo um importante papel no desenvolvimento da humanidade actual, em especial no mundo ocidental. Com essa finalidade mestres druidas encarnarem em vários lugares onde ocuparam funções relevantes no seio das religiões e das doutrinas.


Como exemplo da influencia druídica no campo místico-religioso do Ocidente podemos mencionar Kardecismo. A Doutrina Espírita codificada por Kardec vem exercendo um significativo papel na espiritualização do mundo ocidental. Na realidade o Espiritismo não pode ser considerado uma doutrina altamente mística, com base metafísicas elevadas, mas que mesmo assim é a religião que mais vem contribuindo para o renascer do homem ocidental no campo das ciências esotéricas. Isto decorre do fato de que se trata de uma doutrina que tem por objetivo retirar um colossal número de pessoas da crença de que só existe uma vida material levando-as à crença da pluralidade das existências, ou seja ensinando a uma Doutrina reencarnacionista. Poucos os que sabem ser esta a principal missão espiritual da Doutrina Kardecista, mas essa é precisamente a missão básica do Espiritismo, ou seja, apresentar uma doutrina relativamente simples mas que tem valores positivos de grande significação.


Num plano mais elevado o Espiritismo visa levar as pessoas ao conhecimento de que os espíritos reencarnam. Sem este conceito básico o desenvolvimento da humanidade se tornaria muito lento. Desde que uma pessoa tome conhecimento de que existem encarnações sucessivas torna-se bem mais fácil o seu desenvolvimento espiritual. Eis, pois, a missão essencial do Espiritismo.


O mundo ocidental praticamente influenciado pela Doutrina Judaico Cristã em sua forma exotérica, acabou levando o povo a esquecer que esta não é a única existência do espírito na terra. O autêntico Cristianismo foi deformado pelas forças obscurantistas através de vários concílios, a partir dos quais foi expurgado tudo o que constava nos Evangelhos e que dissessem respeito à reencarnação. Assim os padres da Igreja conseguiram esconder uma verdade milenar dos olhos do povo, e naturalmente era necessário que esse conceito viesse a ser reabilitado por ser ele de fundamental importância.


Ao Espiritismo coube resgatar esse conhecimento intencionalmente expurgado pela força negativa no mundo ocidental. Tem como missão revelar essa verdade, conduzir as pessoas à aceitação de uma verdade fundamental para o progresso do ser humano. Trata-se, por certo, do primeiro degrau da porta de entrada aos arcanos do conhecimento místico, da escada mediante a qual o espírito ascende com mais rapidez.


A proposta do Espiritismo não é de ensinar elevados conceitos metafísicos, isto é reservado a outras doutrinas. O seu papel é o de conduzir a pessoa no caminho do retorno à ascensão espiritual. O povo ocidental metafisicamente ainda é muito elementar, a não ser os que pertencem a certas organizações iniciáticas. De um modo gera, a massa é totalmente ignorante quanto aos conceitos elevados a respeito da espiritualidade, e o Espiritismo é o primeiro passo da senda. Como tem que atender à uma parcela de conhecimentos místicos rudimentares ele não poderia ser muito metafísico. É por isto que muitos o consideram uma doutrina elementar, mas isto não o invalida, bem ao contrário, o seu papel é extremamente significativo, pois se trata do trazer um sistema diferente de doutrina que, ao mesmo tempo em que atenda às limitações dos seus adeptos, os leve à aceitação dos princípios da reencarnação. Não tendo conceitos minuciosos e elevados é exactamente ele que atrai o maior número de pessoas possíveis.


Se o Espiritismo contivesse uma doutrina muito refinada, bem metafísica por assim dizer, não seria fácil uma pessoa aceitá-lo e assim poder trocar os conceitos uni-encarnacionistas e os dogmas elementares ensinados pelas atuais religiões cristãs pelas idéias relativas à transmigração do espírito. Não é fácil o afastar-se directamente do Cristianismo Ortodoxo e abraçar o Cristianismo Gnóstico por exemplo, desde que existe um grande abismo separando os conceitos uni-encarnacionistas dos pluri-encarnacionistas, e cabe, exactamente ao espiritismo servir de elo intermediário, de funcionar como uma ponte entre um sistema e outro, por onde as pessoas possam chegar aos altos fins da existência.


O Espiritismo é sistema religioso simples mas de grande importância no que tange a significação da solidariedade humana, da ajuda mutua, em suma, da caridade acima de tudo.


O que não é comum às pessoas saberem é que no estabelecimento do Espiritismo houve a mão do Druidismo. Na realidade o livro básico do Espiritismo é intitulado de "O Livro dos Espíritos" que foi escrito por um médico francês chamado de Hippolyte Léon Denizard Rivail (1804-69), que usava como pseudônimo a palavra Allan Kardek. Léon dizia que usava este nome por haver sido ele o seu nome numa encarnação anterior em que fora um sacerdote druida. Na realidade isto é correto, houve na verdade um sacerdote druida de altíssima estirpe na civilização céltica, chamado Allan Kardek.


Não nos cabe agora descrever em detalhes quando e onde exactamente Allan Kardek viveu, apenas nos basta saber que foi na Civilização Céltica. Há registros de que ele por séculos viveu ensinando nos templos druídicos.


O "Altíssimo Sumo Sacerdote Druida" disse que voltaria a encarnar para cumprir com a missão de trazer ao mundo ocidental conhecimentos que haviam sido ocultados por milénios. Kardek na realidade cumpriu com aquilo que havia prometido, voltou para cumprir bem sua missão semeando a semente de que existiam encarnações múltiplas, por meio do Espiritismo.


Kardek, podemos dizer, foi o mais alto sacerdote entre todos os que viveram em missão junto ao mundo Celta. Ele, tal como depois veio novamente a fazer quando da encarnação de Hypolyte Léon, disse que houvera sido numa encarnação anterior um Sumo Sacerdote da Atlântida e ali tivera o de Kan. Kan participava da mais elevada hierarquia entre os governantes da Atlântida. Legislador, sacerdote, cientista, pensador e outras qualificações tornaram-no um dos mais eminentes guias espirituais da Atlântida.


Kan foi um dos que previram o fim calamitoso daquele continente caso não fosses tomadas medidas sérias contra determinadas condutas, especialmente no mundo científico. Ele e inúmeros outros cientistas e sacerdotes souberam com antecedência o que estava fadado a acontecer se determinadas experiências continuassem a ser praticadas da forma como estavam sendo feitas na Atlântida. Previram que tudo acabaria numa tragédia inconcebível e sendo assim aquele grupo de pensadores discordantes, dirigidos por Kan, sabendo que não dispunham de meios para deter a insensatez de muitos, passaram a pregar que os que quisessem sobresistir, e ao mesmo tempo salvar os conhecimentos milenares daquela civilização, deveriam sem perda de tempo emigrar.


Foi a partir dos que compunham a hierarquia encimada por Kan que se formaram as correntes migratórias que precederam ao afundamento do Continente Atlanta. Kan no devido momento se fez presente no Egipto onde se iniciava a mais florescente "colônia" atlante. Ele foi, foi por assim dizer, o fundador daquela grande civilização, e um dos que primeiro dirigiu aquele povo.


Em decorrência disto o Egipto foi no passado e ainda hoje também conhecido pelo nome de TERRA DE KAN.


No Antigo Egito Kan assumiu o nome de Toth que mais tarde os gregos associaram a um Deus do Olímpio chamado Hermes. Parte dos ensinamentos de Toth estão com o nome de Hermes, conhecido também pelo nome de Hermes Trismegisto, ou Mercúrio, o Mensageiro dos deuses. Os ensinamentos de Toth, impropriamente chamado de Hermes, estão expostos em muitos papiros, sendo os mais conhecidos deles a "Tábua as Esmeraldas" e "Pistis Sóphia".

STONEHENGE

Um Monumento da Idade do Bronze


Um dos mais intrigantes sítios arqueológicos, localizado em Amesbury, entre Londres e Bristol, é uma das principais atracções históricas e esotéricas da Inglaterra, pedras gigantes construídas há mais de 4 mil anos com megalitos de 5 metros de altura e 45 toneladas, colocadas em pé e dispostas na forma de um círculo perfeito numa época privada de computadores. Na Idade Média, a explicação era pura magia. O monumento era tido como uma fonte de poder mágico, utilizado pelo mago Merlin e por toda corte do Rei Arthur para concentrar energias e derrotar os vizinhos irlandeses. Séculos depois o arquitecto Inigo Jones, o primeiro representante da arquitectura renascentista inglesa, difundiu a idéia de que o sítio era um templo romano. Já no século XIX, os Druidas, os sacerdotes dos antigos Celtas, mereceram a autoria do monumento, o que explica os festejos realizados até hoje nos dias de solstício por seus herdeiros espirituais.


Hoje parece consenso, que Stonehenge seja uma obra de homens pré-históricos, que começaram a construí-lo na Era do Bronze, há 5 mil anos. Nesta época, calculam os arqueólogos, iniciou-se a construção de canais que circundam o altar de pedra. As rochas teriam sido trazidas para o local e colocadas em pé bem mais tarde, por volta do ano 2500 a.C., supõe-se que a distância percorrida pelos homens para arrastar as pedras até o local do sítio, tenha sido de 300 quilómetros. O método utilizado, ao que tudo indica, foi usar troncos de árvores como base para rolar as enormes pedras.


No dia de solstício de verão, no mês de Junho, sempre promete ser quente, principalmente pela polícia. Desde 1985, quando o afluxo exagerado de bruxos e esotéricos de carteirinha deixou a polícia baratinada e a festa acabou em uma batalha campal, a visitação tornou-se restrita a uma área de 5 quilómetros ao redor do monumento durante os 4 dias de comemoração do solstício. Uma nova maneira de preservar stonehenge já que é visitado por cerca de 700 mil turistas anualmente e considerado Património da Humanidade pela Unesco.


O novo projecto de visitação, nos planos do historiador Jocelyn Stevens, é mudar a localização do centro de visitantes, aumentar o percurso a ser percorrido a pé pelos turistas e voltar a permitir o acesso (controlado e mais seguro) ao centro do altar. Outra mudança, e um dos principais problemas, é desviar a rota de tráfego pesado de veículos nas rodovias próximas ao sítio.


· Computador Neolítico


As poucas certezas sobre Stonehenge são:


O sol nasce na "avenida" no dia de solstício de verão e a sombra da Pedra inclinada toca o altar central. A outra é: enquanto o sol faz sua viagem pelo céu, o sítio actua como um calendário, marcando as estações do ano a partir da posição do Sol em relação às quatro Estações de Pedra. O resto são especulações.


· As Especulações


O astrónomo Fred Hoyle demonstra a sua teoria de que as pedras e os buracos de Stonehenge foram colocados onde estão para marcar a posição de Sol e da Lua e prever eclipses.


Outra versão aponta o local como um ponto de distribuição de energia para o planeta. Uma linha de energia a partir do Altar de Pedra conectaria o sítio com a pirâmide de Queóps no Egito. As propostas são criativas, mas nenhuma passou pelo crivo da Ciência.

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Sobre as crianças

São espíritos que já estiveram encarnados na terra e que optaram por continuar sua evolução espiritual através da prática de caridade, incorporando em médiuns nos terreiros de Umbanda. Em sua maioria, foram espíritos que desencarnaram com pouca idade (terrena), por isso trazem características de sua última encarnação, como o trejeito e a fala de criança, o gosto por brinquedos e doces.
Assim como todos os servidores dos Orixás, elas também tem funções bem específicas, e a principal delas é a de mensageiro dos Orixás.

Quando incorporadas em um médium, gostam de brincar, correr e fazer brincadeiras (arte) como qualquer criança. É necessário muita concentração do médium (consciente), para não deixar que estas brincadeiras atrapalhem na mensagem a ser transmitida. É comum em uma gira de criança, ver um médium “cambaleando” antes de incorporar inteiramente, isso se dá devido a “disputa” que estes espíritos travam para ver quem incorpora primeiro, bem típico desta linha.

Os “meninos” são em sua maioria mais bagunceiros, enquanto que as “meninas” são mais quietas e calminhas. Alguns deles incorporam pulando e gritando, outros descem chorando, outros estão sempre com fome, etc… Estas características, que as vezes nos passam desapercebido, são sempre formas que eles tem de exercer uma função específica, como a de descarregar o médium, o terreiro ou alguém da assistência.
Os pedidos feitos a uma criança incorporada normalmente é atendido de maneira bastante rápida. Entretanto a cobrança que elas fazem dos presentes prometidos também é. Nunca prometa um presente a uma criança e não o dê assim que seu pedido for atendido, pois a “brincadeira” (cobrança) que ela fará para lhe lembrar do prometido pode não ser tão “engraçada” assim.

terça-feira, 26 de maio de 2009

Os Druídas

Eles formavam a classe de sacerdotes entre os celtas, povo originário da Europa oriental que, no primeiro milénio a.C., se espalhou por quase todo o continente, até a Grã-Bretanha. "Os druidas eram considerados intermediários entre os homens e os deuses e actuavam também como juízes, magos e professores", afirma Pedro Paulo Funari, professor de História e Arqueologia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

"Como os celtas não deixaram obras escritas - apenas inscrições em objectos como taças e moedas - o que sabemos sobre eles vem de relatos dos romanos, surpresos com o fato de os druidas serem sacerdotes em tempo integral - pois em Roma essa função era acumulada por políticos, generais e magistrados", diz o historiador.

A principal fonte sobre os druidas é o próprio imperador Júlio César, que conta que eles tinham o privilégio de não pagar impostos e nem servir ao exército. Seus rituais incluíam sacrifícios humanos e, principalmente, o culto à natureza, toda ela considerada encantada por espíritos das árvores, bosques, lagos, fontes, cachoeiras e animais.

O druida, na religião dos antigos povos celtas, especialmente os galos, era a pessoa que exercia as funções de sacerdote, poeta, juiz e legislador.


Etimologicamente, a palavra druida deriva do galo dru-(u)id, que tinha o sentido de 'dono da ciência' ou 'muito sábio' entre os galos, povo pertencente ao tronco celta situado principalmente nos territórios das actuais, França, Bélgica e Luxemburgo a partir do ano 1000 a.C., aproximadamente.

O historiador romano Plínio o Velho, entretanto, relacionou etimologicamente a voz druida com o nome grego drãj 'carvalho', certamente pela importância que nos cultos religiosos druídicos tinham esta e outras árvores.


Os druidas desempenhavam várias funções, eram sacerdotes, bardos, poetas e magos sem distinções como os historiadores gregos pensavam, inclusive Lucano.

O homem sábio que em muitas ocasiões se ocupava das questões religiosas desempenhava também o papel de conservar por tradição oral o património histórico, cultural e religioso ancestral, além de compor poemas satíricos em determinadas festas e celebrações.


Os druidas mais famosos da história, presentes em todas as sociedades celtas, foram os estabelecidos nas Galias e nas Ilhas Britânicas, onde eram os depositários de toda a tradição oral dos povos celtas.


Sua crença principal era a imortalidade do ser, visto que seus mortos continuavam vivendo em outro mundo, identificado como subterrâneo, onde o morto acompanhava seus deuses; os enterros celtas não eram diferentes. O corpo do morto era enterrado com todo tipo de objectos quotidianos, pois seu uso continuaria para sempre.


Apesar de sua elevada posição social, a estrutura social dos povos celtas fez com que participassem de todos os trabalhos da comunidade, tanto nos agrícolas como nas campanhas militares, embora sua principal ocupação era a educação dos jovens, a arbitragem nos litígios ocorridos entre as diversas tribos e a celebração dos diferentes ritos religiosos (especialmente os sacrifícios).


O hermetismo destes ritos, assim como seu carácter oral, fazia com que a capacidade mais admirada pelos druidas fosse sua memória, por isso seus sucessores na tribo deviam se destacar desde jovens nesse sentido, além de jurar honrar sempre aos deuses (o conhecimento era secreto), não obrar imprudentemente e estar sempre disponíveis para os serviços que demandasse a comunidade.

A vida quotidiana de um druida estava apoiada na estrita subserviência a estas regras e na observação da natureza, onde descobriram os usos medicinais; o respeito pelos bosques como lugares sagrados era outra de suas ocupações, para o qual contaram com o apoio da aristocracia militar das comunidades celtas.

São muito escassos os escritos sobre antigos galos, a maioria dos textos foi escrita em grego, embora alguns deles tenha relação directa com as actividades druídicas. Segundo estudiosos, os druidas não tinham livros sagrados, pois transmitiam sua doutrina e sua sabedoria de forma oral.

De acordo com registros, em 1971 foi encontrado um texto em doze linhas de uma oração a uma divindade desconhecida inscrita em uma prancha de chumbo na fonte de Chamalières, perto de Clermont-Ferrand (França). Em 1983, encontrou-se na aldeia do Veyssière (Aveyron, França), o chamado Chumbo do Larzak, de 57 linhas, inscrito uma mensagem para o outro mundo que devia levar até ali uma druidesa morta.

Muito importante também é o chamado Calendário de Coligny, encontrado no final do século XIX, gravado em uma prancha de bronze de quase um metro e meio de comprimento e 80 centímetros de largura, fonte da fé dos profundos conhecimentos astronómicos dos druidas galos.


Até ao momento, tudo o que conhecemos sobre os cultos e as actividades druídicas, devemos aos historiadores gregos e, sobretudo, latinos, cuja visão sabemos que às vezes estava muito deformada pela hostilidade entre o povo romano e o galo. Por outro lado, têm-se muitos mais dados a respeito dos druidas e, em geral, dos povos galos assentados na área continental que nas Ilhas Britânicas, já que o contacto mantido pelos romanos com os galos foi muito mais contínuo e intenso.

Uma das mais importantes fontes históricas para o conhecimento das actividades druídicas é o tratado historiográfico De Belo Gallico 'Da guerra das Galias', de Júlio César, quem afirmou que os druidas constituíam uma espécie de casta de iniciados que deviam receber uma formação esotérica, muito rigorosa e prolongada, nas Ilhas Britânicas.

César também assinala que os druidas se encarregavam de presidir todos os sacrifícios públicos e privados, as actividades religiosas e, as que se estendiam as suas funções aos âmbitos político e judicial, já que eram eles os encarregados de impor sentenças e castigos judiciais.

Um druida era, segundo César, um homem considerado sábio, conhecedor dos segredos da astronomia, a geografia e da natureza, além dos religiosos, e que ostentava um prestígio máximo dentro de sua comunidade, o que lhe permitia estar isento de pagar tributos e de praticar o serviço militar.

Alguns dos dados contribuídos por César sobre o conteúdo da religião druídica são especialmente interessantes; por exemplo, quando afirma que "os druidas ensinam a doutrina segundo a qual a alma não morre, mas sim depois da morte passa de um a outro", em clara referência à doutrina da metempsicose ou transmigração das almas.

O sistema religioso galo druídico devia ser muito complexo e poderoso, já que o mesmo Suetônio o chamou "religião druida", é de nossa sabedoria que alguns de seus cultos exerceram grande fascinação e inclusive influíram e impregnaram em alguns cultos romanos. Entre as funções do druida, tinha em especial relevância à preparação e presidência de todos os sacrifícios.


O geógrafo grego Estrabão, nascido na Ásia Menor, estudou em Roma, viajou por diversos países e escreveu um tratado de Geografia em dezassete livros que chegou até nós praticamente na íntegra; afirmava que os druidas faziam sacrifícios humanos cujas vítimas eram homens consagrados, embora nenhum indivíduo pertencente à casta druídica podia ser sacrificado. Os sacrifícios humanos estavam estreitamente relacionados com a adivinhação.

Plínio o Velho, autor e naturalista clássico, escreveu Naturalis Historia, um vasto compêndio das ciências antigas distribuído em 37 livros em 77 d.C., recordava que "terminados os preparativos necessários para o sacrifício e o banquete sob a árvore (um carvalho), levam ali dois touros brancos".

Sabe-se, além disso, que entre os conhecimentos transmitidos de forma oral e esotérica pelos druidas estavam os relativos à magia, ao uso de ervas, cabelos e águas medicinais e a determinação de dias fastos e nefastos, etc.

Este tipo de conhecimento druídico, afirmavam alguns historiadores antigos, se relaciona também com as rituais pitagóricos gregos.

De acordo com estudiosos, a autoridade do druida estava muitas vezes acima da autoridade do rei, com o qual os sacerdotes druidas desempenhavam um papel importante, a primeira palavra era sempre a deles, e nas eleições, eram os druidas que regulamentavam e orientavam.

Sacerdotes druidas de maior prestígio podiam converter-se eles mesmos em reis. Sabe-se que o druida Mog Ruith foi chamado pelos galos do Munster, ofereceram-lhe grandes recompensas, mas Mog Ruith recusou a realeza.

O druida, além de desempenhar normalmente as funções de juiz penal e de juiz legislador, podia exercer também em muitas ocasiões o papel de árbitro de qualquer questão política ou conflito interno que tivesse lugar dentro da comunidade, e inclusive de mediador entre várias comunidades.


Em alguns lugares chegaram a fundar centros de culto druídico de especial relevância, como o santuário britânico de Anglesey, cuja destruição ocorreu no século I d.C. pelo exército romano, descreveu Tácito.

Existem notícias, embora muito escassas e confusas, a respeito da existência de druidesas (ou druidas femininas).

Há dados, por exemplo, de uma comunidade de sacerdotisas femininas que Pomponius Mela localizou em Sena, à beira do Mar Britânico: conforme parece, estava formada por nove sacerdotisas virgens especializadas em profetizar o futuro e realizar curas mágicas, mas também em provocar tempestades e em transformar pessoas em animais, acções deste tipo contribuíram para associarem as druidesas às bruxas.

É possível que ecos destes cultos druídicos femininos sobrevivessem, por exemplo, nos ritos realizados pelas monjas do monastério irlandês do Kildare, que mantinham um fogo perpétuo em honra da Santa Brígida, Santa cristã, continuação de uma antiga divindade indo-européia.


Os druidas combateram com feroz resistência a dominação romana da Gália, mesmo com a união de todas as tribos celtas, a vitória de Júlio César (52 a.C.) foi inevitável, e segundo estudiosos, eliminou a civilização celta.

A cultura e a religião druídica mantiveram quase plenamente sua vitalidade até que foram progressivamente marginalizadas e perseguidas.

O cristianismo fez todo o possível para erradicar qualquer tipo de culto religioso pagão, apesar de esquecer de erradicar também a sua influência, especialmente no terreno da religiosidade popular, pois muitas das crenças mágicas antigas ainda sobrevivem, modificando apenas os seus nomes.

Além disso, aceitou a continuidade da figura do antigo bardo ou poeta, que após, e durante boa parte da Idade Média, seguiu sendo o depositário da memória oral e do património poético dos povos de ascendência celta.

Facto é que, a influência dos druidas deve ter sido considerável, pois três imperadores romanos tentaram extinguí-los por decreto como classe sacerdotal num prazo de 50 anos - sem sucesso. O primeiro foi Augusto, que impediu os druidas de obter a cidadania romana.

Em seguida, Tibério baixou um decreto proibindo os druidas de exercerem suas actividades e finalmente Cláudio, em 54 d.C., extinguiu a classe sacerdotal. Certo mesmo é que, 300 anos mais tarde, os druidas ainda continuavam a ser citados por autores como Ausonio, Amiano Marcelino e Cirilo de Alexandria, como uma classe social e religiosa de extrema importância e respeitabilidade.

A partir do século XVI vieram à luz diversas correntes de pensamento religioso que tentaram restaurar as antigas crenças e ritos druídicos e opô-los à ortodoxia cristã dominante. Estas seitas neo-druídicas têm um fundo ideológico apegado à magia natural e ao culto panteísta à natureza, e conta com comunidades como a Druid Order 'Ordem Druida', fundada em 1717, que se mantém viva até a actualidade.

Outros nomes deste tipo de seitas são os de Antiga Ordem dos Druidas, Confraternidade Filosófica dos Druidas, Ordem Druida, Fraternidade dos Druidas, Bardos e Poetas ou Igreja Celta Renovada.

Actualmente, esses tipos de movimentos religiosos se acham em pleno processo de expansão, devido à decepção de muitas pessoas diante das religiões tradicionais, à tendência ao retorno a formas de pensamento e de mística naturalista, e ao renovado auge do celtismo e de sua estética musical e cultural.

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Vampiros de energia

Na verdade, quase todos nós, num momento ou outro de nossas vidas, quando nos encontramos em um estado de desequilíbrio, acabamos nos tornando Vampiros de Energia alheia.

Tipos de vampiros:

Mas, como identificar estas pessoas, ou estes vampiros?
Em estudos feitos, foram identificados os seguintes tipos de vampiros (você provavelmente conhece mais de um):
Vampiro Cobrador
Vampiro Crítico
Vampiro Adulador
Vampiro Reclamador
Vampiro Inquiridor
Vampiro Lamentoso
Vampiro Pegajoso
Vampiro Grilo-Falante
Vampiro Hipocondríaco
Vampiro Encrenqueiro

Quais as principais características deles? Como combatê-los???

a) Vampiro Cobrador: Cobra sempre, de tudo e todos. Quando nos encontramos com ele, já vem cobrando o porque não lhe telefonamos ou visitamos. Se você vestir a carapuça e se sentir culpado, estará abrindo as portas.
O melhor a fazer é usar de sua própria arma, ou seja, cobrar de volta e perguntar porque ele não liga ou aparece. Deixe-o confuso, não o deixe retrucar e se retire rapidamente.

b) Vampiro Crítico: é aquele que critica a tudo e a todos, e o pior que é só critica negativa e destrutiva. Vê a vida somente pelo lado sombrio. A maledicência tende a criar na vítima um estado de alma escuro e pesado e abrirá seu sistema para que a energia seja sugada.
Diga "não" às suas críticas. Nunca concorde com ele. A vida não é tão negra assim. Não entre nesta vibração. O melhor é cair fora e cortar até todo o tipo de contato.

c) Vampiro Adulador: é o famoso "puxa-saco". Adula o ego da vítima, cobrindo-a de lisonjas e elogios falsos, tentando seduzir pela adulação. Muito cuidado para não dar ouvidos ao adulador, pois ele simplesmente espera que o orgulho da vítima abra as portas da aura para sugar a energia.

d) Vampiro Reclamador: é aquele tipo que reclama de tudo, de todos, da vida do governo, do tempo, etc. Opõe-se a tudo, exige, reivindica, protesta sem parar. E o mais engraçado é que nem sempre dispõe de argumentos sólidos e válidos para justificar seus protestos.
Melhor tática é deixá-lo falando sozinho.

e) Vampiro Inquiridor: sua língua é uma metralhadora. Dispara perguntas sobre tudo, e não dá tempo para que a vítima responda, pois já dispara mais uma rajada de perguntas. Na verdade, ele não quer respostas e, sim, apenas desestabilizar o equilíbrio mental da vítima, perturbando seu fluxo normal de pensamentos.
Para sair de suas garras, não ocupe sua mente à procura de respostas. Para cortar seu ataque, reaja fazendo-lhe uma pergunta bem pessoal e contundente, e procure se afastar assim que possível.

f) Vampiro Lamentoso: são os lamentadores profissionais, que anos a fio choram sua desgraças. Para sugar a energia da vítima, ataca pelo lado emocional e afetivo. Chora, lamenta-se e faz de tudo para despertar pena. È sempre o coitado, a vítima.
Só há um jeito de tratar com este tipo de vampiro, é cortando suas asas. Corte suas lamentações dizendo que não gosta de queixas, ainda mais que não elas não resolvem situação alguma.

g) Vampiro Pegajoso: investe contra as portas da sensualidade e sexualidade da vítima. Aproxima-se como se quisesse lambê-la com os olhos, com as mãos, com a língua. Parece um polvo querendo envolver a pessoa com seus tentáculos. Se você não escapar rápido, ele irá sugar sua energia em qualquer uma das possibilidades:
Seja conseguindo seduzi-lo com seu jogo pegajoso, seja provocando náuseas e repulsa. Em ambos os casos você estará desestabilizado, e, portanto, vulnerável.
Saia o mais rápido possível. Invente uma desculpa e fuja rapidamente.

h) Vampiro Grilo-Falante: a porta de entrada que ele quer arrombar é o seu ouvido. Fala, absoluto, durante horas, enquanto mantém a atenção da vítima ocupada, suga sua energia vital. Para livrar-se, invente uma desculpa, levante-se e vá embora.

i) Vampiro Hipocondríaco: cada dia aparece com uma doença nova. Adora colecionar bula de remédios. Desse jeito chama a atenção dos outros, despertando preocupação e cuidados. Enquanto descreve os
pormenores de seus males e conta seus infindáveis sofrimentos, rouba a energia do ouvinte, que depois sente-se péssimo.

j) Vampiro Encrenqueiro: para ele, o mundo é um campo de batalha onde as coisas só são resolvidas na base do tapa. Quer que a vítima compre a sua briga, provocando nela um estado raivoso, irado e agressivo. Esse é um dos métodos mais eficientes para desestabilizar a vítima e roubar-lhe a energia.
Não dê campo para agressividade, procure manter a calma e corte laços com este vampiro.

Bem, agora que você já conhece como agem os Vampiros de Energia, vá a caça deles, ou melhor, saia fora deles o mais rápido possível .
Mas, não esqueça de verificar se você, sem querer, é obvio, não é um destes tipos de Vampiro...


*Vera Caballero

domingo, 24 de maio de 2009

Santa Sarah Kali

Conta a lenda que Maria Madalena, Maria Jacobé, Maria Salomé, José de Arimatéia e Trofino, junto com Sarah, uma cigana escrava, foram atirados ao mar pelos judeus, numa barca sem remos e sem provisões. Milagrosamente a barca, sem rumo, atravessou o oceano e aportou em Petit-Rhône, hoje a nossa tão querida Saintes Marie’ deLa Mer, França. (que seria as santas marias do mar).

Kali em romanês, quer dizer negra; e Sara, por ser uma cigana egípcia, possui a tez bem morena. Daí o nome. Os ciganos brasileiros adoram Nossa Senhora de Aparecida, talvez por causa de sua cor, e muitos a equiparam à Santa Sara Kali. Se não têm a imagem dela, por ser difícil encontrá-la, por certo possui em sua Thiera (barraca) ou casa uma imagem de Nossa Senhora de Aparecida. Às vezes têm as duas.

É costume festejarmos nossas slavas (promessas ou comemorações em homenagem a algum santo). A Slava de Sara Kali é nos dias 24 de maio.

A Salva de Nossa Senhora de Aparecida coincide com a comemoração dos gadjés, a 12 de outubro.
Na Slava, é oferecido um banquete ao santo homenageado, onde colocamos o Santo do Dia no centro da mesa, em lugar de destaque e junto a Ele, um manrô (pão) redondo, que é furado no meio e onde colocamos um punhado de sal junto com a vela. Esse pão é posto em uma bandeja cheia de arroz cru, para chamar saúde e prosperidade e, ao término do almoço, ele é dividido entre os convidados pelos donos da casa, junto com essas palavras de bençãos:

(Que você seja abençoado com o sal, com o pão e com ouro).


A festa de Santa Sarah
No final de maio, os Ciganos aos milhares, vão se reunindo na cidade de Les Saintes Maries' de la Mer, na região de Camargue ao sul da França para cantar, dançar e pagar promessas para a sua santa padroeira .

É em parte uma reunião, parte festival e parte peregrinação. Assim fique de olho na sua carteira, perca suas inibições e fique pronto para uma de "livre para tudo".

Enquanto as crenças espirituais ciganas são pagãs de natureza, a maioria dos ciganos foram batizados e respeitam a parte essencial da religião cristã.

Eles vem para Les Saintes Maries’de la Mer ("as santas marias do mar’) porque a lenda diz que Maria Jacob e Maria Salomé, (parentes próximas de Jesus, da Virgem Maria, e uma delas mãe dos apóstolos João e Tiago) vieram para esta cidade de barco, quando foram expulsas da Judéia no século primeiro. Elas converteram o povo da cidade para o cristianismo, com a ajuda da líder matriarca da cidade, chamada Sarah. Os ciganos a adotaram como padroeira, embora ela não seja oficialmente reconhecida pela Igreja.

O centro da reunião é a igreja matriz de Les Saintes Maries’de la Mer, onde as relíquias (como os ossos dos santos ) são guardados na igreja.

Os ossos são cerimoniosamente abaixados por polias e guindastes enquanto os fieis cantam acompanhados de violinos e sinos.

Então as relíquias são carregadas para o mar, junto com uma grande estátua de Santa Sarah, de modo que ela pode "esperar" a chegada das Marias. No dia seguinte as estátuas de Maria Jacob e Maria Salomé são colocadas junto ao oceano, pelos peregrinos, em sinal que elas chegaram as praias da França.

A bordo de um tradicional barco de pesca o bispo abençoa o mar, a terra e os Ciganos.

Diz a tradição que o bom Rei Renê mandou escavar a igreja, em 1448 eles relataram que foram encontraram dois corpos docemente perfumados. Muitos anos mais tarde esses corpos femininos foram datados como sendo do primeiro século(pode ser verdade ou apenas lenda). Outra lenda diz que as pedras onde os corpos estavam sepultados eram na verdade "pedras milagrosas" e eram usadas para curar olhos doentes e mulheres estéreis.

Não deixe de ver na cripta debaixo da igreja se você necessita de alguma cura.

sexta-feira, 22 de maio de 2009

A Mediunidade é um peso na vida das pessoas?

Para responder a essa questão precisamos entender o que é mediunidade. Mediunidade é a capacidade que o ser encarnado tem de manter algum tipo de comunicação com o ser desencarnado. Todos a temos, porém, em níveis diferentes de desenvolvimento e levando-se em consideração a capacidade do espírito de reencarnar-se, tais níveis poderão ser tão baixos em determinadas encarnações que não mostrar-se-ão visíveis, levando a crer que não é uma característica de todos, principalmente, para os que não têm uma base sólida na crença do espírito e nas suas manifestações.

A mediunidade não é, portanto, um fardo ou um dom, o que não lhe atesta um peso, ou seja, não existe para punir ou abrilhantar a vida de ninguém.

A mediunidade serve para que possamos crescer e ajudar outros a crescerem também, porque nos permite aliviar, através de nossa intermediação, (comunicações com os espíritos) as dores daqueles que nos procuram nas casas espíritas. A mediunidade, além de níveis diferentes de desenvolvimento, apresenta-se de diversas maneiras ou tipos. Audição, Vidência, Intuição, Incorporação e muitas outras. Nenhuma delas é melhor que a outra e nós importa que as procuremos desenvolver adequadamente a fim de que nos tornemos aparelhos mais capazes para que os espíritos, na Umbanda denominados de Entidades ou Guias Espirituais, possam praticar os seus trabalhos espirituais.

Há diversas maneiras de se entender o tipo e a condição de trabalho da mediunidade e, conseqüentemente, do médium. Tais maneiras dependem sobremaneira da doutrina aplicada, no entanto, é fato que, por mais capacitado que seja o médium, ele sempre será um intermediário. A essência do trabalho caberá sempre ao espírito, à Entidade, ao Guia.

As manifestações da mediunidade de incorporação são sem dúvidas as mais conhecidas e, por isso mesmo, as mais discutidas. Descrevem-nas como conscientes, inconscientes e semiconscientes. Entretanto, independente de como se apresentem, o médium deverá ter sempre a humildade de aceitar que, apesar de muito importante no processo mediúnico, sua função é a de intermediário. Aceitando isso, com certeza, estará sempre incluído em um bom plano de aprendizado e melhoramento de seu nível mediúnico.

Quanto ao tipo de espírito que poderá manifestar-se através do médium, vai depender da doutrina ou mesmo religião a que o médium estiver ligado, embora, qualquer tipo de espírito poderá fazer qualquer tipo de comunicação através de um médium, desde que a sua mediunidade seja coerente com o tipo de comunicação que o espírito deseje ou possa fazer.

A Umbanda, ainda que se discuta esse fato, é uma religião de caráter espírita, pois, crê no espírito e na sua manifestação e processa-se basicamente através dessas manifestações. As Entidades de Umbanda são espíritos já dotados de grande elevação espiritual, identificados, nominal e pessoalmente, como Caboclos, Pretos-Velhos, Exus, Crianças e outros, possuindo um nome próprio específico que os identificam completamente - Caboclos: Pedra Preta, Da Pedra, Cobra Coral; Pretos Velhos: Pai João, Pai Antonio, Vovó Maria Conga; Exus: Exu Porteira, Exu Veludo, Caveira, etc.... Estes Guias manifestam-se através do seu médium sempre que forem chamados nas sessões ou nas dificuldades, ou mesmo, se definirem que há necessidade extrema de um recado ou de uma ajuda. Cada médium tem várias Entidades em sua coroa, podendo inclusive, ser mais de uma de cada tipo de Entidade sendo que uma delas em especial é considerada a Entidade de Frente, ou seja, aquela que na maior parte das vezes estará à frente para a conclusão dos trabalhos e que normalmente acompanha o médium mais efetivamente no início de seu desenvolvimento mediúnico.

De forma geral, as manifestações são sempre muito semelhantes, embora cada Entidade apresente uma característica bastante própria, mas estas diferenças não definem alguma superioridade de uma Entidade sobre outra. Para o médium o que importa é a vontade de servir e a humildade de saber-se mero intermediário, precisa ainda também de inabalada fé para esperar os momentos certos de seus merecimentos. Serão estas virtudes dos médiuns que ajudarão e muito as Entidades nos seus trabalhos de cura e soluções dos problemas que lhes apresentam.

Saravá Umbanda!


Que Oxalá abençoe a todos.

(autor desconhecido)

quinta-feira, 21 de maio de 2009

As quatro correntes de Umbanda

Por Rubens Saraceni

Se a Umbanda é uma religião nova, seus valores religiosos fundamentais são ancestrais e foram herdados de culturas religiosas anteriores ao Cristia­nismo.

A Umbanda tem na sua base de informação os cultos afros, os cultos nativos, a doutrina espírita kardecista, a religião católica e um pouco da religião oriental (budismo e hinduísmo) e também da magia, pois é uma religião magística por excelência o que a distingue e a honra, porque dentro dos seus templos a magia é combatida e anulada pelos espíritos que neles se manifestam incorporando nos seus médiuns.

Dos elementos formadores das bases da Umbanda surgiram as sua principais correntes religiosas, as quais interpretamos assim:

1ª Corrente: Formada pelos espíritos nativos que aqui viviam antes da chegada dos estrangeiros conquis­tadores. Esses espíritos já conheciam o fenômeno da mediunidade de in­corporação, pois o xamanismo multi­milenar já era praticado pelos seus pajés em suas cerimônias. Eles já acreditavam na imortalidade do espírito, na exis­tência do mundo sobrenatural e na ca­pa­cidade de “os mortos” interferirem na vida dos encarnados. Também acredi­tavam na existência de divindades associadas a aspectos da natureza e da Criação Divina. Tinham um panteão ao qual temiam, respeitavam e recor­riam sempre que se sentiam ameaçados pela natureza, pelos inimigos ou pelo mundo sobrenatural. Também acredi­tavam na existência de espíritos malig­nos e de demônios infernais, mas sem a elaboração da religião cristã que aqui se estabeleceu.

2ª Corrente: Os cultos de nação africana, sem contato com os nativos bra­sileiros, tinham essas mesmas cren­ças, só que mais elaboradas e muito bem definidas. Seus sacerdotes prati­cavam rituais e magias para equilibrar as influências do mundo sobrenatural sobre o mundo terreno e também para equilibrar as pessoas.

Acreditavam na imortalidade dos es­píritos e no poder deles sobre os en­carnados, chegando mesmo a criar um culto para eles (o culto de egungum dos povos nigerianos).

Também cultuavam os ancestrais por meios de ritos elaboradíssimos e que perduram até hoje, pois são um dos pilares de suas crenças religiosas.

Sua cultura era transmitida oral­men­te de pai para filho, na forma de lendas, preservando conhecimentos mui­to antigos, como a criação do mun­do, dos homens e até eventos análogos ao dilúvio bíblico.

A Umbanda herdou dos cultos de nação afro o seu vasto panteão Divino e tem no culto às divindades de Deus um dos seus fundamentos religiosos, tendo desenvolvido rituais próprios do religamento do encarnado com sua divindade.

O panteão Divino dos cultos afros era pontificado por um Ser Supremo e povoado por divindades quês são os executores e manifestadores Dele junto aos seres humanos, assim como são seus auxiliares Divinos que o ajudaram na concretização do mundo material, de­mons­trando-nos que, de forma simples, tinham uma noção exata, ainda que limitada por fatores culturais, da forma como se nos mostra Deus e seu universo Divino.

3ª Corrente: Formada pelos kar­decistas de mesa, que incorporavam espíritos de índios, de ex-excravos negros, de orientais, etc. Criaram a corrente denominada “Umbanda Bran­ca”, nos moldes espíritas, mas na qual aceitavam a manifestação de caboclos, pretos-velhos e crianças.

Esta corrente pode ser descrita como um meio termo entre o espiritismo, os cultos nativos e os afros, pois se fun­damenta na doutrina cristã, mas cultua valores religiosos herdados dos índios e negros.

Não abre seus cultos com cantos e atabaques, mas sim com orações a Jesus Cristo. As suas sessões são mais pró­ximas dos kardecistas que das um­bandistas genuínas, que usam cantos, palmas e atabaques. Seus membros se identificam como Espíritas de Umbanda.

4ª Corrente: A magia é comum a toda a humanidade e as pessoas re­correm a ela sempre que se sentem ameaçadas por fatores desconhecidos ou pelo mundo sobrenatural, principal­mente pela atuação de espíritos malig­nos e por processos de magia negra ou negativa.

Dentro da Umbanda, o uso da ma­gia branca ou magia positiva se disseminou de forma tão abrangente que se tornou parte da religião, sendo impossível separar os trabalhos religiosos espiri­tuais puros dos trabalhos espirituais má­gicos. Muitas pessoas desconhecem a magia classificada como magia religiosa. Mas esta nada mais é que a fusão da religião com a magia.

Estas são as principais correntes religiosas e doutrinarias que formam as bases da Umbanda. E isso sem falarmos do sincretismo religioso, pela qual a religião católica nos forneceu as suas imagens que, colocadas em nossos al­tares, facilitaram o processo de tran­sição de católicos para a Umbanda.

A estrutura religiosa espiritual da Umbanda já está pronta e só falta ser estruturada aqui, no plano material, pa­ra dar-lhe uma feição uniforme, quando seus valores religiosos e seus funda­mentos Divinos serão definitivos, dei­xan­do de mudar ao sabor das suas cor­rentes mais expressivas.

Os mensageiros espirituais nos aler­tam que esta estruturação deve ser feita de forma lenta e muito bem pen­sada. Nós temos certeza de que no fu­tu­ro a Umbanda terá uma feição re­ligiosa muito bem definida, pois suas cor­rentes formadoras se unificarão e se uniformizarão, fortalecendo a Umbanda como religião.

Texto extraído do livro do autor “ Doutrina e Teologia de Umbanda Sagrada - A Religião dos mistérios - Um hino de amor à vida”. - Editora Madras

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Sobre pretos velhos

Quando se fala em preto-velho, estamos falando de uma grande linha, ou seja, uma grande faixa vibratória onde espíritos afins se “encaixam” para cumprirem sua missão.

Esses espíritos foram ex-escravos e negros africanos que não chegaram a ser escravos. Constam também dessa linha espíritos que não foram escravos nem negros africanos, mais que por afinidade escolheram a Umbanda para cumprirem sua missão.
O termo “Velho”, “Vovô” e “Vovó” é para sinalizar sua experiência, pois quando pensamos em alguém mais velho, como um vovô ou uma vovó subentendemos que essa pessoa já tenha vivido muito mais tempo. Adquirindo assim mais coisas para contar e passar, principalmente essa mesma pessoa já viveu o suficiente para ter aprendido a ter paciência, compreensão, menos ansiedade para a vida. É baseado nesses fatores que as pessoas mais velhas aconselham.
No mundo espiritual é bastante semelhante. A grande característica dessa linha é o conselho. É devido a esse fator que carinhosamente dissemos que são os “Psicólogos da Umbanda”.
Suas vestimentas e apetrechos são bem simples, não necessitam de muitos artifícios para trabalhar, necessitam apenas contar com a atenção e a concentração do seu médium durante a consulta. Usam cachimbo, lenços, toalhas e as vezes fumo de rolo e cigarro de palha.
Sua forma de incorporação é compacta, sem dançar ou pular muito. A vibração começa com um “peso” nas costas e uma inclinação de tronco para frente, e os pés fixados no chão. Se locomovem apenas quando incorporam para as saudações necessárias (atabaque, gongá e Babá) e depois sentam e praticam sua caridade. Podemos encontrar alguns que se mantém em pé.
É possível ver Preto-Velhos dançando, mais esse dançando é sutíl, apenas com movimentos dos ombros ou quando sentados, com as pernas.
Essa simplicidade se expande, tanto na sua maneira de ser e de falar. Usam vocabulário simples, sem palavras rebuscadas. Sua maneira carregada de falar é para dar idéia de antiguidade.
Além disso os Preto-Velhos nos ajudam a enxergar que a prática da caridade, é vital para nossa evolução espiritual.
A linha é um todo, com suas características gerais, ditas acima, mais como cada médium possui uma coroa diferente, isso determina as diferenças entre os Preto-Velhos.
Essas diferenças ocorrem porque Preto-velhos são trabalhadores de orixás e trazem para sua forma de trabalho a essência daquela força da natureza para quem eles trabalham.
Essas diferenças são primeiramente evidenciadas na maneira de incorporação.
Não é só na forma física que devemos observar as diferenças, mais também a maneira de trabalhar e a especialidade dele.
Para exemplificar, separaremos abaixo por Orixás:

PRETO-VELHOS DE OXALÁ
São bastante lentos na forma de incorporare tornam-se belos principalmente pela simplicidade contida em seus gestos.

Raramente dão consulta, sua maior especialidade é o passe de energização.
Cobram também bastante de seus médiuns, principalmente no que diz respeito a prática de caridade, assiduidade no terreiro e vaidade.

PRETO-VELHOS DE YEMANJÁ
São belos em suas incorporações, contudo mantendo uma enorme simplicidade. Sua fala é doce e meiga.

Possuem a paciência das mães e a compreensão também. Cobram pouco de seus médiuns, apenas que eles cumpram a caridade sempre por amor nunca por obrigação.
Sua especialidade maior é sem dúvida os conselhos sobre laços espirituais e familiares.
Gostam também de trabalhar para fertilidade de um modo geral, e especialmente para as pessoas que desejam engravidar.
Utilizando o movimento das ondas do mar, são excelentes para descarregos e passes.
Cobram dos seus médiuns que lutem para ter um casamento feliz e sólido, pois para eles só assim poderão ajudar a outras pessoas nesse sentido, já que seu médium já vive essa realidade.

PRETO-VELHOS DE NANÃ
São raros, assim como os filhos desse Orixá.
Sua maneira de incorporação é de forma mais envelhecida ainda. Lenta e muito pesada. Enfatizando ainda mais a idade avançada.
Falam rígido, com seriedade profunda. Não brincam nas suas consultas e prezam sempre o respeito, tanto do médium quanto do consulente, e pessoas a volta como: cambonos e pessoas do terreiro em geral e principalmente do pai ou da mãe de santo.
Cobram muito do seu médium, não admitem roupas curtas ou transparentes, mesmo para médiuns homens. Seu julgamento é severo. Não admite injustiça com seu médium.
Costumam se afastar dos médiuns que consideram de “moral fraca”. Mais prezam demais a gratidão, de uma forma geral. Podem optar por ficar numa casa, se seu médium quiser sair, se julgar que a casa é boa, digna e honrada.
É difícil a relação com esses guias, principalmente quanto há discordância, ou seja, não são muito abertos a negociação no momento da consulta.
São especialistas em conselhos que formem moral, e entendimento do nosso carma, pois isso sem dúvida é a sua função.
Atuam também como os de Inhasã e Omulú, conduzindo Egun


PRETO-VELHOS DE OXOSSI
São os mais brincalhões, suas incorporações são alegres e um pouco rápidas.

Esses Preto-velhos geralmente falam com várias pessoas ao mesmo tempo.
Possuem uma especialidade: A de receitar remédios naturais, para o corpo e a alma, assim como emplastos, banhos e compressas, defumadores, chás, etc… São verdadeiros químicos em seus tocos. - Afinal não podiam ser diferentes, pois são alunos do maior “químico” - Oxossi.

PRETO-VELHOS DE XANGÔ
São raros de ver, contudo devemos também conhece-los.

Sua incorporação é rápida como as de Ogum.
Assim como os caboclos de Xangô, trabalham para causas de prosperidade sólida, bens como casa própria, processo na justiça e realizações profissionais.
Passam seriedade em cada palavra dita. Cobram bastante de seus médiuns e consulentes.

PRETO-VELHOS DE OXUM
São mais lentos na forma de incorporar e até falar. Passam para o médium uma serenidade inconfundível.

Não são tão diretos para falar, enfeitam o máximo a conversa para que uma verdade dolorosa possa ser escutada de forma mais amena, pois a finalidade não é “chocar” e sim, fazer com que a pessoa reflita sobre o assunto que está sendo falado.
São especialistas em reflexão, nunca se sai de uma consulta de um Preto-velho de Oxum sem um minuto que seja de pensamento interior. As vezes é comum sair até mais confuso do que quando entrou, mais é necessário para a evolução daquela pessoa.

PRETO-VELHOS DE OGUM
São mais rápidos na sua forma incorporativa e sem muita paciência com o médium e as vezes com outras pessoas que estão cambonando e até consulentes.

São diretos na sua maneira de falar, não enfeitam muito suas mensagens, as vezes parece que estão brigando, para dar mesmo o efeito de “choque”, mais são no fundo extremamente bondosos tanto para com seu médium e para as outras pessoas.
São especialistas em consultas encorajadoras, ou seja, mera dose de coragem e segurança para aqueles indecisos e “medrosos”. É fácil pensar nessa característica pois Ogum é um Orixá considerado corajoso.

terça-feira, 19 de maio de 2009

Um pouco mais sobre caboclos

Caboclos são entidades, espíritos de índios brasileiros e Sul Americanos, que trabalham na caridade como verdadeiros conselheiros, nos ensinando a amar ao próximo e a natureza, são entidades que tem como missão principal o ensinamento da espiritualidade e o encorajamento da fé, pois é através da fé que tudo se consegue.Usam em seus trabalhos ervas que são passadas para banhos de limpeza e chás para a parte física, ajudam na vida material com trabalhos de magia positiva, que limpam a nossa áura e proporcionam uma energia de força que irá nos auxiliar para que consigamos o objetivo que desejamos, não existe trabalhos de magia que possam lhe dar empregos e favores, isso não é verdade, o trabalho que eles desenvolvem é o de encorajar o nosso espírito e prepara-lo para que nós consigamos o nosso objetivo.A magia praticada pêlos espíritos de caboclos e pretos velhos é sempre positiva, não existe na Umbanda trabalho de magia negativa, ao contrário, a Umbanda trabalha para desfazer a magia negativa. Eu sei que infelizmente, existem vários terreiros que praticam esta magia inferior, mas estes são os magos negros, que para disfarçar o seu verdadeiro propósito, se escondem em terreiros ditos de Umbanda para que possam atrair as pessoas e desenvolver as suas práticas negativas, com promessas falsas que sabemos nunca são atendidas.Mais graças a Oxalá, esses terreiros estão acabando, pois, o povo esta tendo um maior conhecimento e buscando a verdade e é através desse caminho, de busca da verdade, que esse templo de Umbanda pretende ensinar a todos, o verdadeiro caminho da fé.Os caboclos de Umbanda são entidades simples e através da sua simplicidade passam credibilidade e confiança a todos que os procuram, seus pontos riscados, grafia sagrada dos Orixás, traduzem a mais forte magia que existe atualmente, é através desses pontos que são feitas limpezas e evocações de elementais e Orixás para diversos fins, mais a frente falaremos um pouco mais sobre os pontos riscados de Umbanda.Nos seus trabalhos de magia costumam usar pembas, (giz de várias cores imantados na energia de cada Orixá), velas, geralmente de cêra, essências, flores, ervas, frutas, charutos e incenso. Todo esse material será disposto encima de uma mandala ou ponto riscado, para que esse direcione o trabalho.Quando fazemos um trabalho para uma entidade de Umbanda e colocamos algum prato de comida, como pôr exemplo espigas de milho cozidas com mel, esta comida não é para o Caboclo comer, espíritos não precisam de comida, o alimento que esta ali depositado, serve como alimento espiritual, isto é, a energia que emana daquela comida e transmutada e utilizada para o trabalho de magia a favor do consulente, da mesma forma o charuto que a entidade esta fumando é usado para limpeza, do consulente através da fumaça e das orações que estas entidades fazem no momento da limpeza, são os chamados passes de Umbanda.Muitas vezes a Umbanda é criticada e chamada de baixo espiritismo, pois seus guias fumam e bebem, mais estas críticas se devem a uma falta de conhecimento da magia ritual que a Umbanda pratica, desde o início, com tanta maestria e poder, e sempre o fará para o bem de todos.


A denominação "caboclo", embora comumente designe o mestiço de branco com índio, tem, na Umbanda, significado um pouco diferente. Caboclos são as almas de todos os índios antes e depois do descobrimento e da miscigenação.Constituem o braço forte da Umbanda, muito utilizados nas sessões de desenvolvimento mediúnico, curas (através de ervas e simpatias), desobsessões, solução de problemas psíquicos e materiais, demandas materiais e espirituais e uma série de outros serviços e atividades executados nas tendas.Os caboclos não trabalham somente nos terreiros como alguns pensam. Eles prestam serviços também ao Kardecismo, nas chamadas sessões de "mesa branca". No panorama espiritual rente à Terra predominam espíritos ociosos, atrasados, desordeiros, semelhantes aos nossos marginais encarnados. Estes ainda respeitam a força. Os índios, que são fortíssimos, mas de almas simples, generosas e serviçais, são utilizados pelos espíritos de luz para resguardarem a sua tarefa da agressão e da bagunça. São também utilizados pelos guias, nos casos de desobsessão pois, pegam o obsessor contumaz, impertinente e teimoso, "amarrando-o" em sua tremenda força magnética e levando-o para outra região.Os caboclos são espíritos de muita luz que assumem a forma de "índios", prestando uma homenagem à esse povo que foi massacrado pelos colonizadores. São exímios caçadores e tem profundo conhecimento das ervas e seus princípios ativos, e muitas vezes, suas receitas produzem curas inesperadas.Como foram primitivos conhecem bem tudo que vem da terra, assim caboclos são os melhores guias para ensinar a importância das ervas e dos alimentos vindos da terra, além de sua utilização.Usam em seus trabalhos ervas que são passadas para banhos de limpeza e chás para a parte física, ajudam na vida material com trabalhos de magia positiva, que limpam a nossa aura e proporcionam uma energia e força que irá nos auxiliar para que consigamos o objetivo que desejamos, não existem trabalhos de magia que concedam empregos e favores, isso não é verdade. O trabalho que eles desenvolvem é o de encorajar o nosso espírito e prepará-lo para que nós consigamos o nosso objetivo.A magia praticada pelos espíritos de caboclos e pretos velhos é sempre positiva, não existe na Umbanda trabalho de magia negativa, ao contrário, a Umbanda trabalha para desfazer a magia negativaOs caboclos de Umbanda são entidades simples e através da sua simplicidade passam credibilidade e confiança a todos que os procuram, nos seus trabalhos de magia costumam usar pemba, velas, essências, flores, ervas, frutas e charutos.Quase sempre os caboclos vêm na irradiação do Orixá masculino da coroa do médium e as caboclas vêm na irradiação do Orixá feminino da coroa do médium; mas, eles(as) podem vir também na Irradiação do seu próprio Orixá de quando encarnados e até mesmo na irradiação do povo do Oriente.


CABOCLOS DE OBALUAÊ
São raros, pois são espíritos dos antigos “bruxos” das tribos indígenas. São perigosos, por isso só filhos de Omulú de primeira coroa possuem esses caboclos.

Sua incorporação parece um Preto-velho, locomovem-se apoiados em cajados. Movimentam-se pouco. Fazem trabalhos de magia, para vários fins.

CABOCLOS DE OXÓSSI
São os que mais se locomovem, são rápidos e dançam muito.

Trabalham com banhos e defumadores, não possuem trabalhos definidos, podem trabalhar para diversas finalidades. Esses caboclos geralmente são chefes de linha.

CABOCLOS DE OXALÁ
Quase não trabalham dando consultas, geralmente dão passe de energização.

São “compactados” para incorporar e se mantém localizado em um ponto do terreiro sem deslocar-se muito.

CABOCLOS DE IANSÃ
São rápidos e deslocam muito o médium.

São diretos para falar e rápidos também, muitas das vezes pegam a pessoa de surpresa.
Geralmente trabalham para empregos e assuntos de prosperidade, pois Inhasã tem grande ligação com Xangô. No entanto sua maior função é o passe de dispersão (descarrego). Podem ainda trabalhar para várias finalidades, dependendo da necessidade.

CABOCLOS DE NANÃ
Assim como os Preto-velhos são mais raros, mas geralmente trabalham aconselhando, mostrando o carma e como ter resignação.

Dão passes onde levam eguns que estão próximos. Sua incorporação igualmente é contida, pouco dançam.

CABOCLOS DE XANGÔ
São guias de incorporações rápidas e contidas, geralmente arriando o médium no chão.

Trabalham para : emprego; causas na justiça; imóvel e realização profissional. Dão também muito passe de dispersão. São diretos para falar.

CABOCLOS DE YEMANJÁ
Incorporam de forma suave, porém mais rápidos do que os de Oxum, rodam muito, chegando a deixar o médium tonto.

Trabalham geralmente para desmanchar trabalhos, com passes, limpeza espiritual, conduzindo essa energia para o mar.

CABOCLOS DE OGUM
Sua incorporação é mais rápida e mais compactada ao chão, não rodam. Consultas diretas, geralmente gostam de trabalhos de ajuda profissional. Seus passes são na maioria das vezes para doar força física, para dar ânimo.


CABOCLOS DE OXUM
Geralmente são suaves e costumam rodar, a incorporação acontece primeiro ou quase simultâneo no coração (interno).

Trabalham mais para ajuda de doenças psíquicas, como: depressão, desanimo entre outras. Dão bastante passe tanto de dispersão quanto de energização. Aconselham muito, tendem a dar consultas que façam pensar; Seus passes quase sempre são de alívio emocional.

Caboclos da mata virgem
Esses viveram mais interiorizado nas matas, sem nenhum contato com outros povos.
Assim vários caboclos se acoplam dentro dessa divisão.
Torna-se de grande importância conhecermos esses detalhes para compreendermos porque alguns falam mais explicados que outros. Mais ainda existe as particularidades de cada um, que permitem diferenciarmos um dos outros.
A primeira é a “especialidade” de cada um, são elas: curandeiros, rezadeiros, guerreiros, os que cultivavam a terra (agricultores), parteiras, entre outros.
A segunda é diferença criada pela “força da natureza” que os rege. É o Orixá para quem eles trabalham.
Para nós da Umbanda, é importantíssimo saber que a “personalidade” de um caboclo se dá pela junção de sua “origem”, “especialidade” e “força da natureza” que o rege.
E é nessa “personalidade” que centramos nossos estudos. Assim como os Preto-velhos, eles podem dar passe, consulta e correntes de energização ou participarem de descarrego, contudo sua prática da caridade se dá principalmente com a manipulação.
Quando falamos em manipulação, estamos nos referindo desde preparo de remédios feitos com ervas, emplastos, compressas e banhos em geral até manipulação física, como por rezar “espinhela caída”.
Esses guias por conhecerem bem a terra, acreditam muito no valor terapêutico das ervas e de tudo que vem da terra, por isso as usam mais que qualquer outro guia.
Desenvolveram com isso um conhecimento químico muito grande para fazer remédios naturais.
Como são espíritos da mata propriamente dita, todos recebem forte influência de Oxossi, no sentido apenas do conhecimento químico das ervas, independente do Orixá que trabalhe.
São espíritos que também trabalham muito com passe. Acreditamos ser pela facilidade de locomoção, já que normalmente trabalham em pé.
São também bastante necessários na hora de um descarrego, pois conseguem acoplar no médium em qualquer posição.

Caboclos da mata
Esses viveram mais próximos da civilização ou tiveram contato com elas.

LINHA OU VIBRAÇÃO DE YORIMÁ
Essas entidades são verdadeiros magos, senhores da experiência e do conhecimento em toda espécie de magia. São os Orixás-Velhos da Lei de Umbanda - São donos dos mistérios da “Pemba” nos sinais riscados, da natureza e da Alma Humana.
Têm a forma de pretos-velhos e se apresentando humildemente, falando um pouco embrulhado, mas, sendo necessário, usam a linguagem correta do aparelho(médium) ou do consulente.
Geralmente gostam de trabalhar e consultar sentados, fumando cachimbo, sempre numa ação de fixação e eliminação, através de sua fumaça.
Falam compassados e pensando bem no que dizem. Raríssimamente assumem chefia de cabeça, mas invariavelmente são os auxiliares dos outros Guias, ou seja, o “braço-direito”.
Seus fluídos são fortes , porque fazem questão de “pegar bem” o aparelho(médium). Começam suas vibrações fluídicas de chegada, sacudindo com certa violência a cabeça.
Cansam muito o corpo físico, pela parte dos rins e membros inferiores, com a posse do aparelho, conservando-o sempre curvado. Seus fluídos de presença vem como uma espécie de choque nervoso sobre a matéria e emitem um resmungado da garganta aos lábios, quando se consideram firmes na incorporação.
Os pontos cantados são os mais tristes entre todos e revela um ritmo compassado, dolente, melancólico; traduzem verdadeiras preces de humildade.
Os pontos riscados obedecem a uma série de sinais entrelaçados, as vezes reto, outros em ângulo. Temos encontrados neles, semelhantes a certas letras dos alfabetos primitivos ou templários e dão logo os três sinais riscados expressivos da Flecha, Chave e Raiz.
Outrossim: nas “formas” de pretos e pretas-velhas, existem os que se apresentam, por afinidade, como um angola, um cambinda, um congo,etc, e costumam até conservar em sua “forma astral”, certa reprodução de características que identificavam chefia, função,etc, entre os povos da raça negra, muito comum entre os que são qualificados como Protetores.
Estas afinidades também são semelhantes nos espíritos que têm a forma de caboclos, comum aos que possuem ainda o evolutivo de protetores.
Quanto a “forma” ser nova ou velha, não altera a essência da coisa, pois no fundo, é o mesmo.
Essas são, em síntese, a “milonga” das Três Formas em suas apresentações na UMBANDA. Somente os SETE ORIXÁS principais de cada linha são não incorporantes… porém, já o dissemos algumas vezes, excepcionalmente, conferem suas vibrações diretas sobre UM ou no máximo SETE aparelhos(médiuns), quando, dos espaços siderais, eles observam a Lei sendo chafurdada e confundida na idolatria, como o está sendo nos tempos presentes…
Certa maioria continua “reverenciando” estátuas a granel, de bruxos e bruxas e de supostas representações de EXU com serpentes, ferrão, cornos, capas pretas ou vermelhas do suposto DIABO da MITOLOGIA…
Tudo isso, em crescendo assustador e deprimente, pois que, já são existentes em dezenas e dezenas de “terreiros”, sendo cultuados com “comes e bebes…”
E é então que essas vibrações diretas se fazem ouvir através das vozes dos pequeninos que se tornam grandes, quando se trata de recompor as VERDADES PERDIDAS que refletem a própria LEI do VERBO.

Obs: Este Capítulo, pertence a Portentosa obra UMBANDA de TODOS NÓS, terceira Edição de 1969, escrita pelo Grande Mestre e profundo conhecedor dos MISTÉRIOS de UMBANDA, W.W. da MATTA e SILVA.

Vejam, caros irmãos, a quantos anos foi escrita esta obra que continua atualizadissíma. Nós não poderíamos nos furtar de colocar este capítulo, para discernimento e estudo de nossos irmãos, que tanto anseiam por conhecimento e luz, esperando ter contribuído um pouco , levando estes conhecimentos a todos os irmãos.
Se algum irmão, desejar estudar, aconselhamos se for possível as obras de W.W. da Matta e Silva, que se encontram para vender, assim como de seu discípulo F. Rivas Netto, assim como outros.
Agradecemos a leitura destas páginas e esperamos que muitos possam tirar proveito, pedindo a OXALÁ, que ilumine todos os nossos passos, derramando sobre nós a sua Luz Divina.

LINHA OU VIBRAÇÃO DE OXOSSI
Têm a forma de Caboclos; os Orixás, Guias e Protetores são suaves em suas apresentações ou incorporações. Jogam seus fluídos pelas pernas, com tremores e ligeiras flexões das mesmas(nesta altura daremos um alerta aos irmãos de todos os graus que forem aparelhos em função de chefia:é de proporção assustadora que se observa na maioria dos aparelhos que diz incorporar caboclos, principalmente de Oxossi , um vício ou uma propensão oriunda do subconsciente, fortemente influenciado por “conhecimentos externos”, em simularem um aleijão da perna, geralmente a esquerda, como se todos os espíritos, na forma de caboclos, fossem ou tivessem sido defeituosos da dita perna. Um Orixá de luz, um Guia evoluído, não conserva em sua forma astral, essa mazela, que deixou através do resgate purificador dos erros que geraram aquela encarnação, que ficou apenas como experiência de uma fase escura de seu passado…talvez que, um ou outro, no grau de Protetores, por necessidade de seu próprio KARMA, conserve essa conseqüência, mas daí generalizar o hábito, não passa de infantilidade, ou então, acham que devem conservar uma perna flexionada, conforme a tem a imagem de S. Sebastião, supondo que todos os caboclos são seus enviados e obrigados a manter a mesma postura…)
Assim, como vínhamos dizendo, essas entidades fluem suavemente pela cabeça até a posse total ou parcial.
Falam de maneira serena e seus passes são calmos, assim como seus conselhos e trabalhos.
Suas preces cantadas traduzem beleza nas imagens e na música: são invocações, geralmente tristes, as forças da Espiritualidade e da Natureza.
Os pontos riscados são de sinais elegantes, pela Flecha, Chave e Raiz.