segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

O Despertamento da Mediunidade


Sem dúvida nenhuma o despertar da mediunidade é uma etapa marcante na vida de qualquer médium, a grande maioria não aceita as sensações que percebe, alguns levam meses, a maioria anos e outros terminam sua vida sem aceitar sua sensibilidade mediúnica.
Quanto mais força se faz para controlar a mediunidade, ou melhor dizendo, para abafá-la, mais doloroso é o seu despertamento. Alguns "fingem", mentindo para si mesmo e afirmando copiosamente que não sentem "aquelas coisas". Os motivos que levam o médium a fazer isso são geralmente medo, ansiedade, teimosia ou vergonha.
Segundo Allan Kardec não existem indícios físicos que diferenciem uma pessoa com sensibilidade mediúnica de outra que não a possui em grau avançado, por isso, diferente do que muitos filmes e revistas afirmam, o médium não é aquela pessoa velha, desfigurada ou caolha, os médiuns são pessoas com aparências e hábitos normais.
Atualmente os médiuns que trabalham em Templos de Umbanda ou Centros Espíritas são pessoas de nossa família ou de nosso ambiente profissional. Ser médium não é ser anormal ou diferente, é ter uma aptidão a ser desenvolvida e dedicada ao próximo.
Quando penso na mediunidade, seu despertamento, aprimoramento, utilização em favor do próximo e continuidade do trabalho me lembro da história que ouvi das tartarugas.
As tartarugas filhotes tem que "quebrar" o ovo que as prende, SOZINHAS. Isso deve ocorrer à noite, no escuro, senão serão alvos fáceis para os predadores, pois seus cascos ainda não as protegem. Elas acabam de nascer e devem caminhar para um foco de luz que desconhecem (o mar é sempre a parte mais clara, é o lugar que estarão a salvo). Elas devem correr, porque se não chegarem até a água antes do amanhecer serão café da manhã para seus predadores. Ao chegarem na água elas se tornam mais ágeis, porém, ainda são alvo de inúmeros predadores. Por isso são muito poucas tartarugas que sobrevivem.
No entanto, crescendo elas se tornam belas criaturas, protegidas por um casco duríssimo, ficam enormes.
Bom, voltando para a mediunidade...
Como foi dito por Allan Kardec a manifestação inicial da mediunidade pode ocorrer de várias formas, de acordo com a aptidão do médium e seu compromisso.
Vou explorar alguns aspectos sobre o despertar da mediunidade.

3.1  Idade
Não existe idade para o afloramento da mediunidade, mas é claro que um bebê não poderá se ligar a um espírito e começar a falar, algumas etapas deverão ser alcançadas para que ocorra a ligação espiritual.
Também devemos ter cuidado para não achar que uma criança é médium antes dos sete anos, já que nesse período ela está se ajustando ao mundo físico, sendo por isso mais fácil o contato com espíritos desencarnados.
Em vários livros vemos exemplos de espíritos que se aproximam de crianças para influenciá-las a fazer uma prece ou levantar algum assunto importante. Pela sua pureza, inocência e por ainda não estarem completamente ligadas ao plano físico elas são muitas vezes o canal mais receptivo para influencias espirituais.
Porém existem crianças que desde cedo mantém um contato "mais intenso" com o mundo espiritual, tendo visões, conversando e até brincando com crianças desencarnadas.
O desabrochar da mediunidade pode ocorrer em qualquer idade, criança, jovem, adulto e até pessoas mais velhas.
Não acredito ser uma boa opção o aprimoramento mediúnico para crianças e jovens, na minha humilde opinião elas devem ser preparadas através de estudos espiritualistas e principalmente do Evangelho, para quando se tornarem mais velhas possuírem uma base sólida para a execução de sua tarefa. Muitos podem achar que o afloramento prematuro indica início de trabalho prematuro, porém isso também pode indicar INICIO DE ESTUDO E PREPARAÇÃO PREMATURO.
A tarefa do médium demandará confiança, maturidade, fé, coragem e vontade, atribuitos que muitas crianças ou jovens geralmente ainda não consolidaram em seu caráter, por isso mais vale um trabalho iniciado aos 20 anos e executado durante toda uma existência do que uma explosão aos 15 anos com término aos 19.
Allan Kardec fala sobre o desenvolvimento mediúnico de crianças no Livro dos Médiuns:
" Haverá inconveniente em desenvolver-se a mediunidade nas crianças?
Certamente e sustento mesmo que é muito perigoso, pois que esses organismos
débeis e delicados sofreriam por essa forma grandes abalos, e as respectivas imaginações excessiva sobreexcitação. Assim, os pais prudentes devem afastá-las dessas idéias, ou, quando nada, não lhes falar do assunto, senão do ponto de vista das conseqüências morais.
Há, no entanto, crianças que são médiuns naturalmente, quer de efeitos
físicos, quer de escrita e de visões. Apresenta isto o mesmo inconveniente?
Não; quando numa criança a faculdade se mostra espontânea, é que está na sua
natureza e que a sua constituição se presta a isso O mesmo não acontece, quando é provocada e sobreexcitada. Nota que a criança, que tem visões, geralmente não se impressiona com estas, que lhe parecem coisa naturalíssima, a que dá muito pouca atenção e quase sempre esquece. Mais tarde, o fato lhe volta à memória e ela o explica facilmente, se conhece o Espiritismo.
Em que idade se pode ocupar, sem inconvenientes, de mediunidade?
Não há idade precisa, tudo dependendo inteiramente do desenvolvimento físico
e, ainda mais, do desenvolvimento moral. Há crianças de doze anos a quem tal coisa afetará menos do que a algumas pessoas já feitas. Falo da mediunidade, em geral; porém, a de efeitos físicos é mais fatigante para o corpo; a da escrita tem outro inconveniente, derivado da inexperiência da criança, dado o caso de ela querer entregar-se a sós ao exercício da sua faculdade e fazer disso um brinquedo.
222. A prática do Espiritismo, como veremos mais adiante, demanda muito tato,
para a inutilização das tramas dos Espíritos enganadores. Se estes iludem a homens feitos, claro é que a infância e a juventude mais expostas se acham a ser vítimas deles.
Sabe-se, além disso, que o recolhimento é uma condição sem a qual não se pode lidar com Espíritos sérios. As evocações feitas estouvadamente e por gracejo constituem verdadeira profanação, que facilita o acesso aos Espíritos zombeteiros, ou malfazejos.
Ora, não se podendo esperar de uma criança a gravidade necessária a semelhante ato, muito de temer é que ela faça disso um brinquedo, se ficar entregue a si mesma. Ainda nas condições mais favoráveis, é de desejar que uma criança dotada de faculdade mediúnica não a exercite, senão sob a vigilância de pessoas experientes, que lhe ensinem, pelo exemplo, o respeito devido às almas dos que viveram no mundo. Por aí se vê que a questão de idade está subordinada às circunstâncias, assim de temperamento, como de caráter. Todavia, o que ressalta com clareza das respostas acima é que não se deve forçar o desenvolvimento dessas faculdades nas crianças, quando não é espontânea, e que, em todos os casos, se deve proceder com grande circunspeção, não convindo nem excitá-las, nem animá-las nas pessoas débeis. Do seu exercício cumpre afastar, por todos os meios possíveis, as que apresentem sintomas, ainda que mínimos, de excentricidade nas idéias, ou de enfraquecimento das faculdades mentais, porquanto, nessas pessoas, há predisposição evidente para a loucura, que se pode manifestar por efeito de qualquer sobreexcitação. As idéias espíritas não têm, a esse respeito, maior influência do que outras, mas, vindo a loucura a declarar-se, tomará o caráter de preocupação dominante, como tomaria o caráter religioso, se a pessoa se entregasse em excesso às práticas de devoção, e a responsabilidade seria lançada ao Espiritismo. O que de melhor se tem a fazer com todo indivíduo que mostre tendência à idéia fixa é dar outra diretriz às suas preocupações, a fim de lhe proporcionar repouso aos órgãos enfraquecidos."
A maior parte dos centros possui evangelização infantil, passando os conhecimentos espirituais para os pequenos de forma suave, de acordo com a idade em que se encontra, acredito que essa é uma das melhores formas de prepará-los, além é claro do Evangelho no Lar.
Pessoas em idades avançadas também podem sentir o despertar de suas faculdades mediúnicas, isso não invalida o trabalho, não é mérito ou demérito. Não podemos julgar a vontade de nosso Pai e dos espíritos superiores, que sabem o exato momento que tudo deve acontecer.
Muitos médiuns evitam se dedicar ao trabalho por falarem que não tem tempo, o trabalho, os amigos, tudo tem prioridade e sempre pensão em um dia se dedicarem só que....
Você não sabe o tempo de vida que terá...
Você não sabe ao certo o tempo necessário para o início de sua tarefa mediúnica...
Muitas vezes, quando decidir iniciar o estudo e trabalho não lhe será mais permitido, porque já é época da colheita e você não plantou.
Não é você que escolhe a idade de iniciar o estudo e trabalho espiritual, Deus o chama e esse deve ser o momento de iniciar a preparação, pois quando estiver preparado ele o chamará novamente, só que agora para auxiliar os irmãos necessitados de Luz.


3.2  Intensidade
A intensidade com que a mediunidade se apresenta também varia de acordo com o médium.
Médiuns com aptidão para psicofonia (incorporação) geralmente “sentem” de forma mais agressiva o contato espiritual, porque muitas vezes espíritos inferiores se aproximam quando sua mediunidade aflora.
Isso não quer dizer que o(s) espírito(s) protetor(es) e mentor(es) do médium não estejam próximos, muitas vezes eles tentam de forma suave fazer o médium despertar para sua sensibilidade, porém.... pelo medo (alguns tem pavor) ou vergonha eles não aceitam a aproximação.
Os espíritos superiores então se afastam, não como castigo e sim por afinidade. Os espíritos inferiores se aproximam e acabam "acordando" o médium de forma mais agresssiva.
Não devemos pensar nisso como um castigo, simplesmente o médium tem um canal de contato espiritual, se não existe um espírito superior protegendo esse canal os espíritos inferiores passam a utilizá-lo, é simples, podemos comparar a uma casa abandonada.
O médium se comprometeu antes de encarnar a realizar uma tarefa e para realizá-la ele recebeu uma "hipersensibilização" nos canais de contato com o mundo espiritual (chakras).
O médium tem então uma "porta", que será utilizada pelos instrutores espirituais para auxiliar os encarnados ou espíritos sofredores. Essa porta precisa ser protegida, pois pode também ser utilizada por espíritos inferiores que subjugariam o médium e o fariam de marionete para os seus desejos egoístas e mesquinhos.
Por esse motivo um médium com compromissos espirituais sempre encarna sob a tutela de um ou mais mentores, ou seja, espíritos de luz que se comprometem a protegê-lo e prepará-lo para sua tarefa.
Embora a misericórdia de Deus seja infinita e a dedicação dos guias e mentores seja imensa, o médium precisa fazer sua parte, estudando, moldando seu caráter e atingindo o equilíbrio emocional necessário.
Quando se aproxima o momento da preparação do médium, os guias começam a chamá-lo, de forma suave, encaminhando-o para lugares e pessoas que auxiliarão na formação de sua base espiritual.
Se o médium não aceita os chamados “suaves” do mentor então ele se afasta, porque não lhe é mais permitido interceder pelo médium, já que não mais lhe interessa trabalhar com o plano espiritual QUE ELE MESMO SOLICITOU ANTES DE ENCARNAR.
O médium se torna alvo de espíritos trevosos, mas o mentor não o abandona, embora tenha que esperar que ele “acorde” e que realmente deseje mudar sua conduta para então se reaproximar.
Porém, o médium pode continuar avesso ao contato espiritual, fugindo durante toda sua encarnação das responsabilidades assumidas. É muito improvável que esse irmão consiga ter uma vida tranqüila, pois sua “porta” para o mundo espiritual será povoada de espíritos inferiores que farão de tudo para vampirizá-lo. Ele provavelmente terá muitos desequilíbrios emocionais e contrairá doenças pelo déficit de vitalidade, já que compartilhará sua energia com os obsessores.
Muitos médiuns que estão lendo o artigo pensam assim: - Eu não lembro de que forma suave meu mentor me chamou... Pois bem, as formas suaves podem ser um conselho, um convite de um amigo, uma palestra, um livro espírita ou espiritualista que uma pessoa próxima está lendo e oferece a você, uma conversa sobre mediunidade entre pessoas próximas, você passar em frente ao centro espírita justo na hora que está começando uma palestra e "acidentalmente" encontrar um amigo(a) entrando, e outras inúmeros formas "suaves" de chamar sua atenção.
A intensidade que a mediunidade aflora, bem como o nível de proteção que você recebe do seu mentor estão muitas vezes ligados a comprometimentos com vidas anteriores.
Alguns médiuns já tentaram outras vezes a tarefa mediúnica e falharam, alguns a negaram ou a utilizaram de forma mercenária. Podem também existir comprometimentos por causa de um suicídio (Yvone A. Pereira é um exemplo) e por isso sofrem com a mediunidade, mesmo sendo ela trabalhada para o bem do próximo.
Se você pensar .... Ah... já que vou sofrer mesmo então não vou estudar e me dedicar tanto.... Engano seu... porque se já é difícil para esses médiuns trabalhando, nem imagine como seria se eles negassem a mediunidade. Lembre-se, os médiuns que estão nesse grupo são reincidentes, podemos compará-los a infratores que são levados a julgamento pela segunda vez, o juiz com certeza terá mais rigor ao aplicar a sentença, já que existem agravantes.


3.3  A importância da Tarefa Espiritual do Médium
Se o médium antes de encarnar se compromete com muitos espíritos encarnados e desencarnados então fica muito difícil dele fugir da sua tarefa, porque de forma mais acentuada será chamado pelos mentores. Os espíritos trevosos o perseguirão também, fazendo de tudo para obsediá-lo e subjugá-lo, já que reconhecem nele grande potencial para ajudar os sofredores (para eles ajudar o próximo é igual a atrapalhar).
Alguns médiuns chegam ao fundo do poço, fugindo de qualquer forma da sua mediunidade, seja por causa do orgulho, medo ou vergonha, contudo, quando aceitam a verdade, recebem cedo ou tarde a mensagem de consolo do plano espiritual, informando sobre o seu comprometimento.
Tudo Isso não impede que o médium rejeite o trabalho, os espíritos superiores sempre deixam a seu cargo a decisão final, o livre arbítrio não pode ser ferido. O empenho da espiritualidade é no sentido de INFORMÁR ao médium de forma bem clara sobre o seu potencial e também o compromisso que o acompanha.
O médium não deve ficar pensando na importância do seu trabalho espiritual ou qual será sua notoriedade, porque muitos serão trabalhadores simples e anônimos que formarão a base para divulgação da mensagem de Jesus seja por todo o planeta.
Poucos aparecerão para o mundo, porém todos são importantes para a obra de Deus. Retiramos uma oportuna mensagem de Emmanuel, escrita por Chico Xavier:
“Há diversidade de dons espirituais, mas a Espiritualidade é a mesma.
Há diversidade de ministérios, mas é o mesmo Senhor que a todos administra.
Há diversidade de operações para o bem; todavia, é a mesma Lei de Deus que tudo opera em todos.
A manifestação espiritual, porém, é distribuída a cada um para o que for útil.
Assim é que a um, pelo espírito, é dada a palavra da sabedoria divina e a outro, pelo mesmo espírito, a palavra da ciência humana.
A outro é confiado o serviço da fé e a outro o dom de curar.
A outro é concedida a produção de fenômenos, a outro a profecia, a outro a faculdade de discernir os Espíritos, a outro a variedade das línguas e ainda a outro a interpretação dessas mesmas línguas.
No entanto, o mesmo poder espiritual realiza todas essas coisas, repartindo os seus recursos particularmente a cada um, como julgue necessário."

*
Quem analise despreocupadamente o texto acima, decerto julgará estar lendo moderno autor espírita, definindo o problema da mediunidade; contudo, as afirmações que transcrevemos saíram do punho do apóstolo Paulo, há dezenove séculos, e constam no capítulo doze de sua primeira carta aos coríntios.
Como é fácil de ver, a consonância entre o Espiritismo e o Cristianismo ressalta, perfeita, em cada estudo correto que se efetue, compreendendo-se na mensagem de Allan Kardec a chave de elucidações mais amplas dos ensinos de Jesus e dos seus continuadores.
Cada médium é mobilizado na obra do bem, conforme as possibilidades de que dispõe.
Esse orienta, outro esclarece; esse fala, outro escreve; esse ora, outro alivia.

*

Em mediunidade, portanto, não te dês à preocupação de admirar ou provocar admiração.
Procuremos, acima de tudo, em favor de nós mesmos, o privilégio
de aprender e o lugar de servir."


3.4  Merecimento
Falamos um pouco no item anterior sobre o merecimento.
O merecimento do médium no que se refere ao despertar da sua mediunidade tem relação com:
• Trabalho espiritual realizado na erraticidade (antes de reencarnar) - se o médium enquanto desencarnado conquistou muitas amizades e a muitos auxiliou é bastante lógico que esses irmãos busquem sempre interceder para auxiliar seu querido amigo.
• Desenvolvimento mediúnico em vidas anteriores – se o médium já lidou com a mediunidade em vidas anteriores fica mais fácil o seu aprimoramento. Já para aqueles que a utilizaram para o mal ou a inutilizaram tem maior dificuldades e muitas vezes são perturbados por espíritos sofredores.
• Comprometimento Karmico com espíritos inferiores - nesse caso o médium terá mais dificuldade, pois além de sentir o afloramento da mediunidade ele possui brechas espirituais para contato com espíritos que ele prejudicou no passado.
Inicialmente pode parecer um castigo mas na verdade é uma oportunidade de “pescar” os irmãos que um dia ele afundou na lama das paixões inferiores. O médium nesse caso deve sublimar com todas as suas forças as influências inferiores que receberá e com o tempo acabará vencendo seus opositores, pois ele não estará sozinho.
Vencendo pelo cansaço, seu exemplo acabará levando esses irmãos de volta ao caminho da Luz e ao mesmo tempo saldará sua dívida para com eles.
Ramatís fala sobre esse assunto no livro Mediunismo.
"... O próprio médium é que oferece ensejo para a perturbação ou prsença indesejável no seu trabalho. Algumas vezes a base da mistificação é cármica, e por isso o médium não consegue livrar-se dos adversários pregressos, que o importunam a todo momento, procurando mistificá-lo de qualquer modo e dificultar-lhe a recuperação espiritual na tarefa árdua da mediunidade."


3.5  Obsessores
O contato dos guias e mentores dos médiuns é muito sutil, eles sempre deixam que o seu pupilo escolha o caminho que deve tomar, eles aconselham, tentam encaminhar, intuem irmãos mais sensíveis a chamá-lo para ouvir palestras ou ler um livro, etc... Eles são suaves, até porque não podem ser grosseiros devido o grau de evolução que alcançaram.
A grande maioria dos médiuns fecha seus ouvidos, tampa seus olhos ou se esconde embaixo do cobertor, obstruindo todos os canais disponíveis para o chamado do alto. A conseqüência é o afastamento dos mentores que protegem o médium do contato com os espíritos inferiores e energias mais densas.
Casa desprotegida invasão garantida, os espíritos inferiores que já eram atraídos pelas tendências inferiores agora encontram caminho livre para subjugar e vampirizar o médium.
Os obsessores ADORAM médiuns.
Eles amam médiuns medrosos porque fazem o possível para incutir o medo de entrar em comunicação com o mundo espiritual, mas na verdade o médium acaba entrando em contato com o mundo espiritual, só que através da fascinação criada pelo espírito obsessor.
Eles se divertem com os que fingem que não tem as sensações mediúnicas.
E fazem o possível para envergonhar mais ainda os que têm vergonha de expor a sua sensibilidade.
Os obsessores também sabem que um médium treinado e atuante é um inimigo, porque ajuda muitas pessoas, sejam elas encarnadas ou desencarnadas. Várias vezes são responsáveis pelo enfraquecimento das falanges de espíritos trevosos, porque seu exemplo e fé atuam de forma decisiva nos espíritos que se encontram entediados de praticar o mal.
Por esse motivo as falanges de obsessores perseguem os médiuns e fazem o possível para obsediá-los, buscando afastá-lo de qualquer contato com a oração, centros espíritas ou grupos de estudo.
Mesmo quando o médium busca o aprimoramento mediúnico e o estudo os obsessores continuam próximos, esperando sempre uma brecha, pois sabem que os médiuns são espíritos que podem fraquejar (como qualquer ser humano).
A única forma de proteção para o médium é a elevação de sua vibração, mesmo trabalhando em uma casa espírita ele precisará manter seu coração nas alturas se deseja se isolar do contato espiritual inferior.
Não se enganem achando que os médiuns que trabalham em um centro espírita ou templo de umbanda estão imunizados contra o astral inferior, se eles não estiverem equilibrados serão alvos da obsessão e os mentores não poderão auxiliá-los, porque baixaram demais sua vibração. O médium acaba se tornando surdo ao guia e ligado ao obsessor.
Ramatís fala sobre esse problema no livro Mediunismo, mostrando também como podem os nos imunizar contra os espíritos mistificadores:
"... Não cremos que a vaidade dos médiuns desapareça só porque sejam vítimas da mistificação corretiva. Em geral, quando eles comprovam que foram iludidos pelos desencarnados, sentem-se profundamente feridos no seu amor-próprio e então se revoltam contra a sua própria faculdade mediúnica. E assim, em muitos casos, o médium mistificado e revoltado pela decepção de ter sido humilhado na mistificação, mais rapidamente desiste da tarefa mediúnica que o ajudava a amortizar a dívida cármica, terminando por corresponder exatamente aos propósitos maquiavélicos dos seus perseguidores do Além. Alguns médiuns já abandonaram a prática mediúnica, alegando que foram traídos na sua boa intenção e não receberam o devido adjutório do Alto, o que eles seria justo esperar.
São raros os médiuns que admitem, sem quaisquer susceptibilidade, que dia mais ou dia menos podem ser mistificados, não por culpa dos seus mentores, mas pela imprudência, pelo descaso, vaidade ou interesse utilitarista com que às vezes são dominados, oferecendo ensejos para a infiltração de espíritos levianos, irresponsáveis e malévolos no exercício da sua mediunidade. Os desocupados do Além-Túmulo espreitam astutamente qualquer brecha vulnerável que se faça no caráter do médium ou perturbação no seu trato com a família amiga ou ambiente de trabalho, para assim interferirem durante a queda na freqüência vibratória espiritual e lograrem a mistificação que depois desanima, decepciona ou enfraquece a confiança. A mistificação ainda significa determinada cota de sacrifício na prática mediúnica, assim como acontece em certas profissões humanas, seja a engenharia, a advocacia ou a medicina, em que os seus profissionais, com o decorrer do tempo, vão eliminando gradativamente os equívocos dos primeiros dias...
Muitos médiuns, apesar de bem intencionados, são no entanto vaidosos, ingênuos, ignorantes, fanáticos ou excessivamente personalistas, oferecendo ensejo para os desencarnados perversos os perturbarem no intercâmbio mediúnico....
Qual o meio mais eficiente para o médium livrar-se das mistificações dos desencarnados?
Sem dúvida é a sua conduta moral e integração incondicional aos preceitos sublimes da vida espiritual superior. Se o médium pautar todos os seus atos e subordinar seus pensamentos à diretriz doutrinária do Cristo-Jesus, ele há de se ligar definitivamente às entidades superiores responsáveis pelo desenvolvimento da humanidade terrena... "

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