Ogum, que minhas palavras e pensamentos cheguem até vós, em forma de prece, e que sejam ouvidas
Que esta prece corra o mundo e o universo, e chegue até os necessitados em forma de conforto para as suas dores.
Que corra os quatro cantos da Terra e chegue aos ouvidos dos meus inimigos, em forma de brado de advertência de um filho de OGUM, que sou e nada temo, pois sei que a covardia não muda o destino.
OGUM, padroeiro dos agricultores e lavradores, fazei com que minhas ações sejam sempre férteis como o trigo que cresce e alimenta a humanidade, nas suas ceias espirituais, para que todos saibam que sou teu filho.
OGUM, Senhor das estradas, fazei de mim um verdadeiro andarilho, que eu seja sempre um fiel seguidor do teu exército, e que nas minhas caminhadas só haja vitórias.
Que, mesmo quando aparentemente derrotado, eu seja um vitorioso, pois nós, os vossos filhos conhecemos a luta, como esta que travo agora, embora sabendo que é só o começo, mas tendo o Senhor como meu pai, minha vitória será certa.
OGUM, meu grande pai e protetor, fazei com que o meu dia de amanhã seja tão bom como o de ontem e hoje, que minhas estradas sejam sempre abertas, que eu trabalhe para que no meu jardim só haja flores, que meus pensamentos sejam sempre bons e que aqueles que me procuram consigam sempre remédios para seus males.
OGUM, vencedor de demandas, que todos aqueles que cruzarem a minha estrada, cruzem com o propósito de engrandecer cada vez mais a Ordem dos Cavaleiros de OGUM.
Pai, daí luz aos meus inimigos, pois eles me perseguem porque vivem nas trevas, e na realidade só perseguem a luz que vós me destes.
Senhor, livrai-me das pragas, das doenças, das pestes, dos olhos-grandes, da inveja, das mentiras e da vaidade que só leva a destruição. E que todos aqueles que ouvirem esta prece, e também aqueles que a tiverem em seu poder, estejam livres das maldades do mundo.
Que em meus caminhos, possa eu seu filho ser merecedor das vossas Bênçãos: a espada que me encoraja, o escudo que me defende e a bandeira que me protege. Meu Pai OGUM, não me deixe cair, não me deixe tombar! PATACURI OGUM! OGUM YÊ, MEU PAI
terça-feira, 23 de abril de 2013
domingo, 14 de abril de 2013
Quatro aspectos da mediunidade sem instrução
O estudo contínuo dos assuntos relacionados à mediunidade na Umbanda
remove dentre seus seguidores dezenas, quiçá centenas, de crendices, costumes e
hábitos que têm se mostrado nocivos à própria Religião. Muitos
umbandistas têm uma visão deturpada do que significa o dom mediúnico em suas
vidas e dentro dos terreiros. Centenas de adeptos desenvolvem uma mediunidade
repleta de entendimento errôneo, suposições equivocadas e vícios comuns a
pessoas que pouco, ou quase nenhum, acesso têm à informação. Muitos desses
equívocos são provocados justamente pelo desconhecimento. Os maus hábitos
acumulam-se ao longo do tempo e transformam-se em vícios que necessitam de
tratamento imediato. Os erros acontecem aos montes causando muito desconforto
aos Caboclos de Aruanda, que vez por outra precisam intervir para remediar a
situação.
A culpa de tais problemas poderia ser atribuída a muita gente: Chefes de
Terreiro despreparados, médiuns afoitos ou de pouca instrução, seguidores pouco
compromissados com a religião, dirigentes desinteressados e até mesmo Espíritos
desencarnados causadores de demandas. A realidade mostra, porém, que a maior
causa de todos os problemas que afetam a missão do umbandista é unicamente a
falta de estudo. Sem o mínimo conhecimento de tudo o que envolve o mecanismo da
mediunidade, assim como em muitos outros aspectos da vida comum, os erros
grosseiros e infantis acontecem em profusão. A mediunidade, a partir de uma
prática sem base teórica, tende a ser conduzida como um brinquedo nas mãos de
infantes.
A mediunidade não é superstição. Partindo da premissa de que deve ser
exercitado numa perfeita união entre a Fé e a Sabedoria, o dom mediúnico
transforma-se em valioso instrumento de propagação das verdades espirituais. De
outra forma, a mediunidade equivocada é conduzida do mesmo jeito como o
adivinho faz com as entranhas de um animal. Não há verdades. Tudo é subjetivo e
enganoso. Falta ciência e sabedoria.
A mediunidade supersticiosa transforma os Guias Espirituais
em oráculos domésticos, onde os mais ínfimos problemas de ordem inferior são
levados em conta. Assim, o Preto Velho passa a ser o informante da traição de
um marido ou do futuro econômico de um filho carnal. O Caboclo, por sua vez,
transforma-se em ajudante fiel dos negócios ou aquele que vai vencer um inimigo
de desafeto. Na mesma proporção, o Exu abandona a condição de Guardião e assume
o papel de vingador ferrenho, ou um escravo à disposição do médium. A Pomba
Gira, sob a mesma ótica, é tida como uma prostituta arrependida e por isso
mesmo obrigada a arranjar parceiros para pessoas de moral duvidosa.
A mediunidade não é show pirotécnico onde o que se vê são rápidos e
ilusórios lampejos de brilhos multicoloridos. O médium sem instrução transforma
o dom em ótimo artifício na exibição de espetaculares manobras que mais chamam
a atenção dos curiosos e dos seres trevosos do que dos Espíritos de Luz. Assim,
tudo é espantoso e deslumbrante. Todos os gestos do médium em transe são
inchados de exageros. Todas as receitas de oferendas são idênticas às listas de
um estranho guisado. Os pontos riscados transformam-se numa mandala confusa de
desenhos e rabiscos infantis sem fundamento. As brancas vestes sacerdotais
assumem a aparência de fantasias carnavalescas em que imperam o luxo, a vaidade
e o exibicionismo.
Na mediunidade pirotécnica, vale mais a grosseira presença
física do médium do que a suave e discreta participação dos Guias de Luz. O
Preto Velho se esconde, o Caboclo se afasta, o Exu ri do fanfarrão e o médium
se exibe. Neste tipo de condução da mediunidade há uma completa falta de força
espiritual, pois a carne assume todas as funções do medianeiro e o animismo, a
mistificação e a charlatanice estão em primeira linha.
Entre tantas formas de se exercitar a mediunidade há também a que leva
em conta a ascensão social do médium. É a mediunidade interesseira.
A mediunidade interesseira é aquela em que as reais
intenções do indivíduo são quase desconhecidas. Há muitos interesses em jogo, e
o principal é o de “subir” na vida. O médium intenciona ser aplaudido, então
usa a mediunidade para chamar a atenção da platéia. O médium quer obter
dinheiro de forma menos trabalhosa, então comercializa o dom. Se tem interesse
em reconhecimento público, então transforma a mediunidade em degrau para a
subida aos palanques políticos, aos palcos da mídia e aos púlpitos das câmaras
e agremiações. Tal como o médium pirotécnico, o médium interesseiro quer
aparecer, mas com o fim certo de obter algum rendimento financeiro.
Nesse tipo de mediunidade, o indivíduo não se envergonha ao “pedir” o
pagamento pelo serviço prestado. Seu rosto não enrubesce quando dita o valor
daquilo que vergonhosamente chama de caridade. Se precisar usar uma máscara,
certamente o fará. Mas, em seu tempo, lançará por terra a fantasia e mostrará
sua verdadeira e tenebrosa face. Como o lobo entre os cordeiros.
A mediunidade ignorante é exercida pelos que
verdadeiramente têm grande aversão ao estudo e à meditação. Nessa modalidade, o
médium conscientemente classifica o estudo contínuo como algo desnecessário.
Acredita que somente as instruções dos Caboclos já são suficientes para que ele
seja um grande instrumento da Comunidade Espiritual. A leitura, a pesquisa e o
conhecimento dos mecanismos mediúnicos são coisas sem importância na visão dos
ignorantes.
Neste caso, o médium não se importa em cometer diversos absurdos em nome
de Deus, pois não há o conhecimento do que realmente é a vontade divina. Fala,
mesmo usando conversações aparentemente profundas, do mesmo jeito como discursa
um simples camponês acerca do universo astronômico. Age sempre de forma
impensada, ainda que com a maior boa vontade. Suas ações são completamente sem
método, critério ou planejamento. Tem uma visão do mundo espiritual como seus
antepassados que outrora atribuíam ao relâmpago um castigo dos deuses ou aos
abalos sísmicos uma demonstração da ira divina. Na mediunidade ignorante quanto
menos se estuda, mais se erra.
Ser instrumento da Espiritualidade Maior é uma benção recebida por
muitos. Porém, como qualquer instrumento necessita de um aprimoramento e de
ajustes constantes, assim é o médium de Umbanda a serviço dos Caboclos e Pretos
Velhos.
Não basta ter mediunidade. Mas, é importante que esta seja útil aos
interesses do Criador, pois todo médium é um depositário da confiança de Deus.
Para ser útil, a mediunidade tem que estar firmada nas instruções que vêm do
Alto.
Bom seria se todos os médiuns aplicassem a sabedoria e o conhecimento no
aperfeiçoamento da mediunidade e se o estudo continuado fosse uma prerrogativa
para um perfeito ministério mediúnico.
domingo, 7 de abril de 2013
Fracasso do Médium
Esses são assuntos dos quais todos
se escusam de falar, ou de escrever, e quando o fazem, é por alto e
indiretamente.
Vamos abordar o assunto de maneira mais clara possível,
a fim de levar um alerta a todos os nossos irmãos umbandistas, principalmente
àqueles que estão predispostos a caírem nesses erros, visto termos esperanças
de que essa advertência venha trazer luz em cada espírito, e ainda possa chegar
a tempo de cada um recuar para a sua regeneração.
Não queremos, de maneira nenhuma, nos arvorarmos de
juízes das causas alheias, visto termos também nosso débitos com o astral
superior, mas sim, após anos de trabalho, termos observados médiuns fracassando
ou caindo, incorrendo em erros elementares e, para se reabilitarem, continuando
na prática de suas mazelas, culminando em suas quedas, muitas vezes sem
retorno.
Temos observado que a maioria desses médiuns vivem um
tormento interior, como labaredas de fogo a queimar-lhes a consciência, e eles
não têm forças para se reerguerem, visto estarem presos nas garras dos
marginais do baixo astral e dificilmente conseguem se libertar de suas mazelas
e, ainda por cima, sendo alertados pelos seus Guias Espirituais constantemente,
nada fazendo para se libertarem das garras desses magos negros, por estarem
atolados até o pescoço no pantanal da ignorância do astral inferior, pois
também estão contribuindo, e muito, não mantendo uma vida ilibada e com moral.
Isso acontece devido à lei de atração, onde semelhante
atrai semelhante.
Os quiumbas já se deram conta de que esses médiuns
estão praticando atos que são de comum acordo com a confusão que rege os reinos
inferiores, fazendo assim com que surja um casamento fluídico médium/quiumba,
pois os dois estão em sintonia vibratória.
É muito difícil se libertar de um quiumba, ainda mais
quando nós fomos a causa da aproximação desse quiumba por atração fluídica.
E quando esse casamento fluídico perdura por anos a
fio, o sistema neuro- psíquico-mediúnico torna-se denegrido, fazendo com que os
seus Guias Espirituais não tenham condição de aproximar-se, pelo fato de não
haver mais simbiose espiritual entre médium e Guia Espiritual.
O caso mais grave é quando os Guias Espirituais se
afastam devido às causas morais, e o médium, mesmo com os alertas, prefere
continuar em seus erros, ou seja, não existe renúncia e nem remorso por parte
do médium, preferindo esse continuar a sua caminhada, incorrendo nas mesmas
causas que o levaram para o astral inferior.
Só existe um meio de se libertar, e esse meio só o
médium pode realizar, pois não terá ajuda direta a não ser subsídios,
conselhos, orientações, para assim por si só se reerguer, fazendo com que o seu
sistema mediúnico-espiritual se eleve novamente e entre em contato com os
planos superiores.
Será necessária uma intensa reforma íntima, acrescida
de renúncia dos erros passados, muita oração e prática dos ensinamentos de
Nosso Senhor Jesus Cristo, principalmente na realização da caridade desmedida e
constante.
Para nos situarmos, vamos abordar três aspectos
principais, pelos quais o médium se precipita nos abismos da queda mediúnica.
Embora não podemos nos esquecer dos demais erros e
vícios tão divulgados pelos Guias Espirituais, os quais devemos estar em alerta
para não adquiri-los.
• A vaidade excessiva, que causa o entusiasmo, por nos
sentirmos especiais em tudo o que realizamos, abrindo os canais mediúnicos a
toda sorte de influência negativa.
• A ambição pelo dinheiro fácil, que vem através dos
agrados que recebemos devido a um bem efetuado a alguém, ou por algum trabalho
realizado, fazendo com que o médium veja a facilidade de adquirir bens
materiais em troca de favores espirituais.
Em decorrência disso, existe a possibilidade de crescer
no interior do médium a ambição, fazendo com que cada vez mais faça cobranças
em tudo e por tudo.
• A condição sexual incontida, que lhe tira a razão,
pelo fato de ser uma das energias mais poderosas existentes no plano terrestre,
e ser uma energia geradora, criativa, e recheada de desejo.
O que acontece é que começa a existir interesses
vários, onde o desejo e a sensualidade tomam a frente, quando o fascínio
existente pelo sacerdote toma um rumo diferente do que devia ser.
O mesmo acontece com o corpo mediúnico, ou fora do
Templo, onde começa a existir outros interesses que não seja a fraternidade, ou
o puro sentimento.
No caso da vaidade excessiva, tem seu início na prática
mediúnica. Quem tem o dom mediúnico o traz de berço, pois adquiriu através de
sucessivas encarnações o direito de externar, por herança, os dons de Deus.
Em certa altura da sua vida, a mediunidade começa a
aflorar, e eis que surge o Caboclo, o Preto-Velho, o Baiano, o Boiadeiro, e
assim por diante.
Com o desenvolver da mediunidade, começam a surgir os
fenômenos tais como curas, descarregos, aconselhamentos certeiros,
conhecimentos irrefutáveis; e são tantos os casos positivos trazidos pelos
Guias Espirituais, que se dá o início ao surgimento da vaidade no médium.
Esse se acha possuidor de todos esses conhecimentos e
não mais o Guia Espiritual.
Também existe o caso do médium achar que o seu Guia
Espiritual é o mais poderoso.
São tantos os casos positivos que acontecem em volta
desse médium, que em torno do mesmo forma-se uma corrente de admiração e,
muitas vezes, de fanatismo também.
As pessoas em torno desse médium, diante de tudo o que
vêem, começam a bajulá-lo, a agradá-lo com presentes e com isso vão
inconscientemente incentivando a sua vaidade.
Isso acontece com o médium, muitas vezes, pelo fato do
mesmo ser ignorante de conhecimento, e algumas vezes se recusa a estudar o
mediunismo, suas causas e conseqüências.
O Guia Espiritual do médium faz de tudo para alertá-lo
das conseqüências dos seus atos (respeitando o seu livre-arbítrio), através de
sinais, alertas, conselhos, intuições, etc.
Mas, como o médium está predisposto a vaidade, deixa de
escutar o seu Guia Espiritual, e chega ao ponto de se julgar o tal, um mestre,
um escolhido, um mago, um semi-deus, e que a força é dele, chegando a pensar
que é propriedade sua.
O médium vai crescendo em vaidade, devido às pessoas o
respeitar e acatá-lo em respeitoso silêncio, sem questionar, e aí vai crescendo
as exibições mediúnicas.
O que acontece nessa altura é que o médium já perdeu o
contato mediúnico de fato, exercendo tão somente o animismo.
O grave é quando o médium está mediunizado por um
quiumba; aí sim é a queda total dele e dos que estão a sua volta.
As portas da sua mediunidade estão abertas às
influências negativas e toda sorte de manifestações magísticas destrutivas.
Com o tempo, o médium vai se acostumando com os fluidos
dos quiumbas, e não quer perder o cartaz por nada nesse mundo.
Porém, os fenômenos antes efetuados por manifestações
mediúnicas positivas, não mais acontecem, e as pessoas ao seu redor já começam
a olhá-lo com certo desprezo e se afastam, fazendo todo o tipo de comentário
negativo, embora num passado tenham se beneficiado desse médium.
O médium que se entregou à vaidade excessiva se torna
um sofredor, pois começa a perceber que para incorporar já começa a ter que
representar e o tormento toma conta de sua cabeça.
Aí entra a descrença, que é o golpe fatal para a sua
pessoa.
No caso da ambição pelo dinheiro fácil, devemos
diferenciar o médium que cai pelo dinheiro fácil e os que podemos incluir aos
milhares, que são os espertalhões, que usam o nome da Umbanda e de suas
entidades a fim de explorarem a ingenuidade das pessoas de todas as maneiras.
Esses (espertalhões) são bem reconhecidos, pois seus
“terreiros” são vistosos, com roupas multicoloridas, uma grande profusão de
“guias” no pescoço e outros adornos que sabemos serem desnecessários em nossos
cultos.
Vivem e fazem de tudo um ganho, seja em dinheiro ou
facilidades na vida.
Costumam fazer festas por quaisquer motivos, todas
regadas a excentricidades no visual, muita bebida alcoólica e carnes, muitas
vezes, levando essas festas religiosas em ambientes profanos, a fim de
angariarem um grande número de admiradores e outros tantos que gostam de se
apresentarem e se mostrarem em público a fim de terem reconhecimento.
Tudo nesse ambiente é movimento, encenação, panorama e
desfile.
Por ali, tudo se paga.
Desde uma consulta, até os tais despachos e ebós.
Até a famosa camarinha, onde vêem mediunidade em todos;
e aja firmar “santo” na cabeça das pessoas.
São antros de exploração, que chafurdam o nome sagrado
da Umbanda, a pecha de grupo folclórico, a atenderem seus mais mesquinhos
interesses.
São verdadeiras arapucas, onde tudo é duvidoso.
Dentro da Umbanda, é sabido que a prática da magia
branca faz parte, como um recurso Divino, para atender a necessidade prementes
de seus filhos.
Para a feitura de algumas magias, há necessidade de
certos materiais, que corretamente devem ser adquiridos pela pessoa
beneficiada.
Muitas vezes, no caso de um consulente sem condições,
damos o que temos.
Quando realmente há necessidade dessa magia, os nossos
Guias Espirituais pedem o material necessário à pessoa, sem grandes desmandos,
satisfazendo a “Lei de Salva”.
Tudo o que é manipulado pelas nossas entidades espirituais
costumam sempre dar certo, pois tem o discernimento necessário para saberem o
que necessitamos.
Disso tudo surge um grave problema, pelo fato das
pessoas que perambulam pelos “terreiros” encontrarem uma grande facilidade,
achando que é só fazerem um trabalhinho para resolverem a sua vida.
Grande ignorância, quem assim pensa.
Temos que nos reformar interiormente, seguindo os
passos e os ensinamentos de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Antigamente, devido à má informação e formação de
sacerdotes e médiuns conscientes da realidade espiritual, muitos faziam do
“despacho” ou de “tais trabalhinhos” uma panacéia para tudo.
Era só ter um probleminha ou problemão, seja ele qual
for que imediatamente tinha um despacho para resolver tal questão.
E haja despacho pra tudo.
Tudo era resolvido no despacho.
E hoje a coisa somente mudou de nome.
Trocou-se o nome despacho para magia.
Tem magia pra tudo.
É só ter um probleminha ou um problemão, seja ele qual
for que imediatamente acha- se uma magia para resolver tal questão. Pode?
Quero ver alguém encontrar um despacho ou magia para
despertar nossa fé, nosso amor, nossa devoção, magia para ser bondoso,
caridoso, humilde.
Magia para se efetuar reforma íntima, para perdão.
Magia para se espiritualizar, ter moral, ter vida
ilibada. Não vêem que essas tais magias é tão somente para coisas matérias?
Para facilitar a vida material?
Não vêem que muitas dessas magias são utilizadas em
momentos de revoltas, demandas, ódios, retorno.
E até (pasmem): “clonar” espíritos.
Infelizmente, é fato real, que na Umbanda estão
aparecendo muito mais “magos” e “mestres”, do que servidores agradecidos,
somente interessados em servir a espiritualidade, tudo fazendo para a honra e a
glória de Deus.
É muito cacique pra pouco índio.
No começo, o médium obedece tão somente o que suas
entidades espirituais pedem para a realização de uma magia.
Com o tempo, esse médium começa a observar e pensa
seriamente na facilidade do dinheiro.
Então, ele entra na “Lei de Salva”, tão conhecida pelos
magistas, e abusa dessa lei em benefício próprio.
Aí começou a imperar nesse médium a ambição pelo ganho
fácil, quando começa a exceder na “Lei de Salva” (dentro da magia), dando a
desculpa que necessita do dinheiro para o seu anjo da guarda, para o cambono,
ou para “pagar o chão”.
Concordamos que deva haver uma remuneração suficiente
para o médium adquirir materiais necessários que consta de certo número de
velas, elementos da Natureza, ou mesmo uma certa quantia de dinheiro suficiente
para que o médium que realizou o trabalho possa utilizar esse dinheiro para a
sua locomoção, ou mesmo comprar materiais necessários à manutenção da sua vida
espiritual, e nunca para sustentar seus vícios e luxos.
Geralmente, pedimos ao interessado o material
necessário à feitura da magia e juntamente uma pequena quantidade de velas ou
outros materiais necessários utilizados no Templo.
Quanto à locomoção, pedimos gentilmente ao interessado
que nos forneça uma condução.
Quando o interessado esta passando por dificuldades
financeiras que impedem a compra dos materiais para a feitura da magia, doamos
de bom grado o que temos.
Jamais aceitamos dinheiro como paga ou mesmo agrado; Se
houver interesse da pessoa em doar alguma coisa, que faça espontaneamente ao
Templo ou a alguma entidade assistencialista, e não ao médium.
As pessoas, pelo fato de quererem uma melhoria de vida
em todos os sentidos, pagam o que for para que seus problemas sejam resolvidos.
Aí está o perigo.
Em primeiro lugar, devemos esclarecer que magia só deve
ser usada quando a pessoa não tem competência momentânea para resolver seus
problemas.
Nesse momento, fazemos uso da magia para levantar essa
pessoa.
Depois do problema urgente resolvido, vamos para a
reeducação da pessoa, reforma íntima, com conselhos, e tudo ordenado dentro de
um conhecimento elevado, principalmente no Evangelho de Jesus.
Nesse momento, o médium, já começando a fazer trabalhos
por conta própria e tudo, geralmente direcionado com Exu e Pomba Gira, vai
utilizando materiais cada vez mais pesados (sangue, carnes, ossos, etc.),
chafurdando tanto ele como a pessoa beneficiada, incorrendo aí no risco de
criar ligações perigosas com o que de mais baixo existe no astral inferior.
Quando esses ditos trabalhinhos saem da linha justa da
magia, até Exu e Pomba Gira se afastam do médium.
O seu Guia Espiritual, como é de praxe, já o alertou
várias vezes e ele não deu ouvidos, pois o dinheiro está entrando que é uma
beleza.
Por ele estar cego e surdo, não ouve a ninguém e, aí, o
seu Guia respeita a sua escolha, pois é sabedor da lei do livre-arbítrio.
Quando numa necessidade verdadeira, esse médium clama
por seu Guia Espiritual, aí ele vê que não tem resposta, fica abalado.
Começa a perceber que o que está à volta dele são
verdadeiros e poderosos quiumbas.
Esse médium começa a fazer tudo o que pode e sabe para
o seu Guia voltar, e nada.
Mesmo assim, não larga do dinheiro fácil, pois está
afundado na ignorância espiritual, quando percebe que esse dinheiro é um dinheiro
maldito, pois as conseqüências são nefastas.
O fim de todos eles é muito triste.
Entram nos vícios, falta de emprego, perdem tudo o que
tinham na vida, pois os Sagrados Orixás os Guias Espirituais e os Guardiões não
acobertam erros de ninguém; esses médiuns se desiludem com a religião,
culpando-a dos seus problemas e, perdendo sua fé na Umbanda, vão a procura de
outras religiões, a fim de se refazerem da desgraça que adquiriram em suas
vidas.
Mas mesmo assim, devido à soberbia, não assumem seus
erros e culpam a um pretenso demônio, o qual desgraçou sua vida, pois estavam
na religião errada, sob a influência desse demônio que dirigia aquela religião.
Geralmente acabam virando ex-pais, ex-mães e ex-filhos
de encosto, o que não deixa de ser verdade, pois esses médiuns nunca serviram a
Deus, aos Orixás e nem aos Guias Espirituais e Guardiões verdadeiros, mas sim,
a encostos.
Deviam sim, observarem que Deus lhes deu uma
oportunidade bendita e redentora na prática da caridade desmedida através da
mediunidade redentora, e eles, por ignorância e muitas vezes maldade,
praticaram os atos mais absurdos, tudo em nome da Umbanda.
Não se esqueçam que somos espíritos endividados, que
estamos encarnados todos sob a pele do cordeiro (que é o nosso corpo).
Todos têm a mesma oportunidade para se erguerem, mas
não temos condições de observarmos quem é quem; aí que cada um semeie bem, pois
Jesus disse:
“A semeadura é livre, mas a colheita é obrigatória”, “e
cada um vai colher aquilo que plantou”.
“Quem semeia somos nós, mas quem colhe é Deus Pai Todo
Poderoso”.
O terceiro e último caso é o sexo fácil.
Esse é um dos aspectos mais críticos e perigosos, e um
dos mais difíceis de ser perdoado.
Temos visto, em nossa caminhada pela Umbanda, vários
médiuns caírem pelo sexo.
Inclusive atualmente, médiuns “famosos”, casados,
utilizando-se de sua influência e aproveitando a carência afetiva de algumas
irmãs iludidas por acharem que estão sendo “amadas” por alguém “iluminado” (os
famosos semi-deuses, mestre, magos ou orixás encarnados), forçam uma situação,
e aproveitam-se sentimentalmente e sexualmente, satisfazendo seus sórdidos
desejos.
Esses casos são difíceis de serem perdoados, porque a
moral do médium fica na lama em que ele mesmo se sujou.
Por mais que tente, nunca vai conseguir apagar a
lembrança dos atos cometidos e sempre vai ter alguém a lembrá-lo de sua queda,
pois iludiram, enganaram e usaram pessoas desequilibradas em seus sentimentos.
É uma mancha que, mesmo que nos reabilitemos, nunca
será apagada.
Devido aos envolvimentos existentes com bajulações e
fanatismo, ele constantemente é endeusado.
Daí, para receber elogios do sexo oposto (ou do mesmo
sexo) fica visado, e tem a propensão para se deixar fascinar, quando se vê numa
pessoa muito apessoada.
Quando trabalhamos na luz, constantemente somos
combatidos pelo baixo astral, que envia todas as formas existentes,
principalmente em nossas fraquezas, para que caiamos.
Lembre-se de Jesus: “Orai e vigiai, para não cairdes em
tentação”.
Logo, quando o baixo astral vê uma brecha, e essa
brecha é uma forte predisposição sexual, é aí que eles vêem a oportunidade de
atacá-lo.
Lançam mão de todos os recursos, até conseguirem seus
objetivos.
O médium que está desavisado, por ignorância
espiritual, ou mesmo por ter o espírito doente, cai nas malhas do baixo astral,
e se entrega ao sexo desmedido dentro do ambiente religioso.
Como temos dito, o médium é constantemente avisado
pelos seus Guias Espirituais sobre todos os aspectos que o cercam.
Estão sempre vigilantes, mas acontece que esse médium,
usando de seu livre- arbítrio, já dentro de uma incontida predisposição ao
sexo, cai e vira as costas à moral, repelindo automaticamente toda influência
benéfica que poderia tirá-lo de sua caída.
Tanto pela forte incontinência sexual, como por uma
sexualidade irrefreável com os médiuns do “terreiro”, não há desculpas.
A caída do médium, pelo fato de se relacionar sem moral
com os médiuns do “terreiro”, ocasiona seu fracasso, e nesse caso não há
desculpas.
Quando o médium começa a sofrer as conseqüências do seu
ato insano, vai à procura de Guias Espirituais de outros médiuns, a fim de
resolverem seus problemas.
O Guia Espiritual, como é sabedor da questão, diz que:
“em surra de Guia, eu não ponho a mão” ou “quando Caboclo bate, não reparte
pancada”.
E haja punição.
Após algumas disciplinas necessárias, alguns desses
médiuns se emendam, ficam com medo, e procuram não mais errar, e se voltam às
linhas justas dos trabalhos espirituais.
Porém, a maior parte desses médiuns, mesmo passando por
uma disciplina, não se emendam e continuam praticar os mesmos atos, como se
nada houvesse acontecido e infelizmente acabam denegrindo a imagem de suas
vitimas, geralmente dizendo que eles é que estavam sendo seduzidos por uma
pessoa inescrupulosa e que essa pessoa é uma servidora das trevas para
destruí-lo.
Então os Guias Espirituais vêem que não há mais jeito,
e se afastam do médium, deixando-o a mercê da sua própria sorte.
Uma coisa é verdade. Nenhum desses médiuns fracassados
ficou com o seu Guia Espiritual em sua guarda, pois erraram e persistiram no
erro.
O que acontece muito é que esses médiuns costumam dar a
desculpa que estão com uma demanda em cima deles, muito forte.
A força de pemba é tão grande em cima desses médiuns,
que rapidamente fazem com que percam sua fé na Umbanda, e o redirecionam a
outra religião, pois aqui não souberam sorver a Espiritualidade Superior
emanada de nossos Guias Espirituais.
Creio que todos tenham entendido bem tudo o que aqui
está escrito, e compreenderam bem, pois não é o erro em si, porque errar é
humano e todos podemos errar um dia.
A questão é cometer o mesmo erro, é persistir nos
mesmos erros.
Os nossos Guias Espirituais não são carrascos, mas não
podem acobertar nossos erros, e nem a repetição dos mesmos.
Outro fato, até corriqueiro no meio Umbandista é quando
temos pessoas ao nosso lado, dizendo serem nossas amigas, e quando, por
qualquer motivo se afastam de nós, acabam tornando-se “inimigas” e a partir
daí, tudo o que acontece de ruim na vida daquela pessoa é por força de demanda.
A mínima dor de cabeça, falta de dinheiro, mal estar,
sempre será culpa do outro médium ou do outro terreiro que esta demandando com
ele, querendo destruí-lo.
Inclusive, acontece também o fato de que outras pessoas
que também se afastaram daquele terreiro, achegando-se àquela pessoa, através
de comentários e fofocas, com suas mentes conturbadas acabam sendo alertadas
por aquele individuo que estão com uma demanda, também mandada por aquele
terreiro e assim a corrente da discórdia e das mentiras vai crescendo
assustadoramente.
O baixo astral, astuto e inteligente, apossa-se desses
médiuns incautos e através de persuasão mental acabam convencendo-os da
realidade das demandas, inclusive fazendo até “vários videntes” verem a demanda
sendo feita.
Com isso, o médium incauto acaba realizando magias
defensivas e ofensivas, cometendo injustiça e ai sim, caindo de vez nas malhas
do baixo astral que sai vitorioso.
O baixo astral é ardiloso e faz tudo para convencer as
pessoas, utilizando todos os meios a fim de convencê-la, para que acredite
estar sendo prejudicada por outros.
A coisa é grave, pois esses médiuns incautos ainda não
aprenderam o Evangelho, o amor, a bondade, o perdão e a fé.
Quem é sabedor da Lei da Causa e Efeito e da Lei do
Retorno, jamais deveria levantar sua mão contra ninguém, pois teria a certeza
de que a providência Divina estaria do seu lado.'
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